Foz do Iguaçu – A disputa entre filiais para produzir um novo carro chegou também à Renault, quinta maior montadora do País. A empresa francesa, que dava como praticamente certa a produção de um modelo mundial em sua fábrica do Paraná, agora terá de disputar o projeto de um carro pequeno da marca com outras unidades do grupo, entre as quais a da Turquia e a do México. O novo produto, um intermediário entre o Clio e o Scénic, seria destinado ao mercado local e também para exportações para vários mercados mundiais.
A filial brasileira, responsável atualmente por 2,5% da produção mundial da Renault, terá de provar sua capacidade competitiva principalmente em termos de qualidade, baixos custos e rentabilidade global. “Estamos trabalhando fortemente para reduzir nossos custos e isso envolve uma grande parceria com os fornecedores de peças”, disse o presidente da Renault do Brasil e diretor-geral para o Mercosul, Pierre Poupel. Também será preciso envolver o governo local nas discussões, já que outros países oferecem incentivos fiscais para atrair novos projetos. A empresa já foi beneficiada quando de sua instalação, em 1998.
Segundo Poupel, a decisão da matriz deve ser anunciada em três meses. Se for aprovada, a produção terá início em 2005. A disputa entre fábricas do mesmo grupo para receber um novo produto será constante daqui para a frente, disse o sócio da consultoria Roland Berger, Win van Acker. A ociosidade no setor atinge empresas de todo o mundo, por isso a disputa acirrada principalmente por projetos destinados a exportações.
A Volkswagen também aguarda, para abril, a decisão da matriz alemã sobre a produção do Tupi Europa, uma versão do modelo que será fabricado em São José dos Pinhais (PR) para o mercado brasileiro e latino-americano.