A fila de caminhões transportando soja para o Porto de Paranaguá voltou a crescer ontem, atingindo no final da tarde o quilômetro 112 da BR-277, em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, a fila compactada tinha aproximadamente oitenta quilômetros de extensão, já que havia uma lacuna de quinze quilômetros na Serra do Mar. Cerca de quatro mil caminhoneiros esperavam no acostamento das rodovias. No início da noite, o tráfego de caminhões estava fluindo, embora lentamente.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) atribuiu a fila à supersafra. De primeiro de janeiro até domingo, o total de soja em grãos embarcado por Paranaguá foi 1,9 milhão de toneladas – cerca de 85% mais que no mesmo período do ano passado. Em relação a 2002, as exportações de óleo de soja pelo Porto cresceram 41,8% (totalizando 308 mil toneladas), enquanto o volume de farelos caiu 22% (somando 1,06 milhão de toneladas). As saídas do complexo soja registram incremento de 25,6% -3,27 milhões de toneladas contra 2,6 milhões em igual período de 2002.
De acordo com a Appa, o congestionamento não decorre da falta de agilidade, já que a operação no Porto é contínua, sendo interrompida somente em caso de chuva, como na última madrugada. A assessoria da Appa informou que o recebimento nos armazéns e o fluxo no pátio de triagem estavam normais. Ontem de manhã, havia 1.031 caminhões no estacionamento que tem capacidade para 1.200 veículos. O silo público estava com 30% da sua capacidade de 100 mil toneladas.
Três navios atracados carregavam soja com destino à China e Europa. Ao largo, onze navios aguardam para embarcar soja e seis para farelo. Nas próximas 48 horas, são esperados um navio para levar soja e um para farelo. São necessários 2 mil caminhões para completar a carga de um navio.