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Caminhões parados na rodovia:
situação antiga.

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Todo início de safra, a cena se repete: uma fila quilométrica de caminhões se forma ao longo da BR-277, sentido Porto de Paranaguá. Mas dessa vez, segundo a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), a culpa não é da logística interna, e sim dos operadores que estariam mandando ao Porto de Paranaguá cargas em quantidade além do previsto. O resultado foi uma fila de quase 20 quilômetros que se formou ontem ao longo da BR-277 e chegou próximo ao acesso secundário de Morretes. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a fila poderia aumentar ainda mais, dependendo da agilidade do escoamento.

De acordo com a assessoria de imprensa da Appa, os operadores enviaram ontem cargas que não estavam nominadas para embarque. ?Os operadores estão descumprindo a determinação oficial da Appa, mandando caminhões cuja carga não está nem vendida nem nominada?, explicou a assessoria de imprensa. Entre os operadores que teriam enviado cargas além do previsto estavam a Gransol – enviou 151 caminhões e não 140, conforme firmado -, Tibagi – 113 caminhões e não 23 -, Labhoro – 18 ao invés de sete -, Sul Mare -74 ao invés de dez – e a Céu Azul -130 caminhões e não 19.

Diante da situação, o superintendente da Appa, Eduardo Requião, determinou ontem que os caminhões cujas cargas não estavam nominadas fossem retirados do pátio de triagem, que tem capacidade para 1.100 caminhões e estava lotado. Segundo a assessoria de imprensa, o escoamento no pátio é de três a quatro caminhões por minuto, mas como o volume de cargas ontem era muito grande, uma longa fila se formou rapidamente.

Segundo a Appa, cerca de 1,1 milhão de toneladas de soja da safra passada não foi comercializada ainda. Daí a pressa em retirar logo os grãos dos armazéns, para receber a nova safra. ?Acabam usando o caminhoneiro como armazém?, apontou a assessoria.

Operadores

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Nenhum dos operadores que teriam enviado carga em excesso ao Porto de Paranaguá quis atender a imprensa. Na Tibagi, a informação foi de que a empresa não tinha nada a declarar a respeito. A Sul Mare solicitou procurar o Sindicato dos Operadores Portuários, que também não quis falar sobre o assunto, enquanto a Céu Azul não retornou a ligação telefônica. Além dessas, a Gransol e a Labhoro também não falaram a respeito.