O diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Roberto Giannetti da Fonseca, afirmou que a produção industrial do País pode ficar negativa em 2012. “Isso pode ocorrer em função da desaceleração da economia mundial, motivada pela crise, que vai reduzir as exportações brasileiras”, comentou. Para 2011, a instituição prevê uma expansão pouco superior a 2%.

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Gianetti também acrescentou que outros fatores vão colaborar para que ocorra esse fenômeno. Um dos principais é o ingresso de produtos importados no mercado nacional, que é muito forte, segundo a Fiesp, e coloca o “País em pleno processo de desindustrialização”. “Perto de um quarto de tudo o que é produzido no Brasil é importado. Isso preocupa, porque está reduzindo a geração de emprego e afetando a indústria do País”, continuou. Outros fatores que colaboram para a redução da produção local, segundo ele, são as medidas prudenciais e de alta de juros que o governo adotou para conter a demanda agregada.

O diretor da Fiesp também destacou que o agravamento da crise internacional deve provocar a valorização do dólar em relação a diversas moedas do mundo, inclusive ante o real. “O câmbio deve atingir R$ 1,80 até o fim deste ano, e variar deste patamar até R$ 2,00 em 2012”, comentou. “A Fiesp acredita que o patamar do real, ante o dólar, de R$ 2,00 é uma taxa mais favorável à indústria brasileira”.

Contudo, Gianetti da Fonseca destacou que a apreciação do real ante o dólar em boa parte deste ano deve fazer com que o déficit da balança comercial de manufaturados fique entre US$ 85 bilhões e US$ 90 bilhões em 2011. “Esse resultado negativo pode chegar a US$ 100 bilhões em 2012, mesmo com o câmbio em R$ 2,00, pois muitos compromissos de importação já estão sendo firmados para o início do próximo ano”, concluiu.

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