As demissões nas usinas paulistas de açúcar e álcool superaram as expectativas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e puxaram o nível de emprego industrial para baixo em novembro. De acordo com dados da entidade o setor de produtos alimentícios, no qual se encaixam os produtores de açúcar, demitiu 32.718 trabalhadores no mês passado e o setor de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis, do qual participam os usineiros de álcool, dispensou 4.186. Juntas, as demissões chegaram a 36.904 e representaram a maior parte dos 46,5 mil trabalhadores demitidos pela indústria paulista no mês passado.
O resultado foi tão ruim que fez o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, rever para baixo a projeção para o nível de emprego deste ano. Até outubro, a Fiesp esperava que o emprego registrasse um resultado positivo próximo de 0,5%. Agora, a entidade projeta para dezembro demissões de 77 mil trabalhadores, o que fará com que o saldo de empregos ao fim do ano fique negativo em 41 mil vagas. “Será um desempenho muito ruim para indústria e que contrasta com uma situação de amplo emprego em todo o País”, afirmou Francini.
O resultado de novembro foi o pior para o mês desde o início da série histórica do Índice de Nível de Emprego, em 2006. Foram registradas 46,5 mil demissões, ante 21 mil dispensas em novembro de 2010. O pior resultado havia sido verificado em novembro de 2006, com 35 mil demissões. Outros destaques negativos em novembro foram os setores de veículos automotores, que demitiu 1.940 funcionários; produtos de metal, com 1.529 demissões; couro e calçados, 1.475; confecção e vestuário, 1.395; e produtos de borracha e material plástico, com 1.145 dispensas. Entre os destaques positivos, ficaram os setores de máquinas e equipamentos, com 592 contratações, bebidas, com 348, e produtos químicos, com 173.