O saldo de 36,5 mil demissões na indústria paulista em 2013, de acordo com o gerente de Economia da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp), Guilherme Moreira, está diretamente relacionado à frustração da expectativa do empresariado com as condições econômicas no ano passado. Apesar de negativo, o resultado de 2013 foi melhor que a perda apurada no ano anterior, quando foram fechadas 54,6 mil vagas, informa a Fiesp em nota.
De acordo com Moreira, o resultado do fechamento de 2013 frustrou a expectativa que a Fiesp tinha de ter pelo menos um saldo positivo no final do ano. Ele lembra que as expectativas da entidade chegou a ser até de um saldo positivo de 30 mil empregos. “A projeção foi revista para baixo ao longo do ano para 20 mil vagas criadas e depois admitimos que seria negativo”.
Para este ano, Moreira acredita em um crescimento na produção industrial, mas pondera que o mercado de trabalho do setor deve permanecer estável. “A gente aposta no crescimento porque a indústria deve ser beneficiada pelo câmbio e pelo aumento da demanda externa”, disse. Ele pondera, no entanto, que a trajetória de alta da taxa básica de juros, Selic, já está “refreando o consumo”.
Dezembro
Somente em dezembro a indústria paulista demitiu 60,5 mil funcionários. De acordo com o economista, o resultado só não foi pior porque algumas usinas de açúcar e álcool estão mantendo trabalhadores nos campos por conta da colheita prolongada.
De acordo com o balanço da Fiesp, o setor açúcar e álcool foi responsável por 22.289 demissões do total registrado no mês passado. A indústria de transformação demitiu outros 38.211. No acumulado do ano, a indústria sucroalcooleira fechou 584 postos de trabalho, enquanto o setor manufatureiro encerrou 35.916 vagas.