A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 6,2% em 2010, ante uma expansão de 0,4% este ano. De acordo com o presidente da instituição, Paulo Skaf, o próximo ano deve mostrar bom nível de recuperação da economia com retomada dos investimentos. “Estou animado com as perspectivas do País não só para 2010, mas para os próximos anos. O Brasil não é mais o País do futuro, mas, sim, do momento. Temos um cenário muito favorável no longo prazo, inclusive com investimentos relacionados ao pré-sal, Copa do Mundo em 2014 e Olimpíadas de 2016”.
De acordo com a Fiesp, a produção industrial deve avançar 12% no próximo ano, o que significaria uma recuperação sobre o desempenho deste ano, que deve registrar uma queda de 7%. O Indicador do Nível de Atividade (INA) apurado pela Fiesp deve subir 13,5% no próximo ano ante uma queda de 8,3% em 2009. Segundo a federação, o emprego industrial no Estado deverá subir 6,2% no ano que vem, ante queda de 4,7% em 2009. A geração de postos de trabalho no Brasil do setor manufatureiro, segundo a Fiesp, deve crescer 6,3% em 2010, resultado bem acima da queda de 2,5% neste ano.
A Fiesp estima que, com o avanço do nível de atividade no próximo ano, as importações vão crescer bem mais do que as exportações. A entidade prevê, nesse contexto, que as compras de produtos fabricados em outros países deve saltar de US$ 127,7 bilhões em 2009 para US$ 165,9 bilhões em 2010. No caso das vendas de produtos brasileiros para o exterior, haverá um avanço de US$ 161,9 bilhões para US$ 176,4 bilhões no mesmo período.
Esses números indicam que o saldo comercial deve cair, portanto, de US$ 24,2 bilhões neste ano para US$ 10,6 bilhões em 2010. O incremento da demanda agregada especialmente promovido pelo consumo das famílias em 2010 deve levar as empresas a aumentar de forma expressiva os investimentos. Segundo a Fiesp, a formação bruta de capital fixo deve crescer 19,6% em 2010, resultado que compensa a queda de 14,6% registrada em 2009. “Não tenho dúvida de que as empresas no Brasil são muito eficientes e, ao perceber que as vendas estão indo muito bem, vão se readequar a essa realidade para eventualmente até aumentar ainda mais seus investimentos no próximo ano”, comentou Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos.