Fiesp critica aumento de IOF e pede redução dos juros

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, disse hoje que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) anunciado ontem pelo governo federal não é suficiente para conter a alta da inflação. Para o presidente da Fiesp, é preciso que o governo federal se preocupe prioritariamente com o aumento da produção. “Está na hora de estimularmos a produção. Você controla preço é com a oferta, tem de ter consumo mesmo”, avaliou. De acordo com Skaf, o governo precisa atacar o ponto crucial que impulsiona atualmente a inflação. “Temos de ver onde está o nosso problema inflacionário. Os juros também são componentes de custo”, afirmou.

Ontem, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou a elevação de 1,5 ponto porcentual na alíquota do IOF incidente sobre todas as operações de crédito para pessoa física, excluindo apenas os financiamentos de imóveis. De acordo com Skaf, só a redução de juros pode fazer com que o País mantenha o ritmo de crescimento, sem comprometer o controle dos preços. “É uma medida que acaba onerando para retrair o consumo. Nós temos de parar de ter medo de consumo, porque, sem consumo, não há investimento. E sem investimento, não há crescimento. E sem crescimento, não há empregos novos”, disse. “Juros altos como única ferramenta de combate à inflação no Brasil já cansaram”, criticou.

O presidente da Fiesp admitiu que houve um crescimento na oferta de crédito, mas disse que as restrições neste momento devem ser pontuais. “Precisamos de outras medidas, a começar pela redução da taxa de juros”, afirmou. Ele disse ainda que o controle da inflação é uma preocupação importante, mas avaliou que a alta dos preços ainda não compromete a atual meta, cujo centro é de 4,5%. “Nós estamos num período do ano em que, por algumas razões especiais, houve uma pequena reação inflacionária, mas ainda está dentro da meta”, ressaltou.

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