Previstas para setembro de 2011, as eleições da nova diretoria da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp) foram antecipadas para abril. A mudança provocou reação da oposição, que considera a redução do prazo das eleições um “casuísmo de focinheira” destinado a garantir a reeleição do atual presidente, Paulo Skaf, para um terceiro mandato à frente da principal entidade empresarial do País.
A Fiesp rebate a acusação e afirma que está cumprindo rigorosamente o que mandam os estatutos das duas entidades. “Do ponto de vista estatutário, eu acredito até que seja legal, mas é imoral”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Fumo do Estado de São Paulo (Sindifumo), José Henrique Nunes Barreto. Ele é o maior opositor de Skaf na Fiesp. Para Barreto, o presidente da entidade aposta que, ao reduzir o prazo das eleições, contará com a ajuda do tempo para que possíveis interessados não consigam organizar suas chapas.
De acordo com edital publicado quarta-feira, as eleições serão realizadas no dia 11 de abril do próximo ano. O prazo para o registro de chapas será de 20 dias, a contar da data de publicação do edital. “É um período muito curto, ridículo”, diz Barreto. “Com o encurtamento dos prazos, sonega-se a discussão dos problemas que a indústria enfrenta hoje, e que não são poucos.”
O jornalista Ricardo Viveiros, porta-voz da Fiesp, informou que, de acordo com os estatutos, a entidade tem 180 dias para promover inscrição de chapas e realizar as eleições, a contar do prazo-limite, que é o mês de setembro. Segundo ele, para evitar que o período de inscrição coincidisse com as festas de fim de ano e o Carnaval, períodos em que a sociedade geralmente está dispersa, a Fiesp resolveu marcar as eleições para abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.