Sustentabilidade

Fiep cria câmara técnica para articular desenvolvimento de veículos elétricos

Com objetivo de buscar meios de transporte mais limpos, uma vez que as emissões veiculares respondem pela maior parte da poluição nas grandes cidades, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), através da sua Coordenação de Desenvolvimento, lançou nesta quarta-feira (29), em Curitiba, a Câmara Temática de Veículos Elétricos (CTVE).

A ideia é fomentar a discussão sobre esta tecnologia, servindo como plataforma para o desenvolvimento de projetos e busca de soluções nesta área. Segundo Marcelo Alves, economista da Coordenação de Desenvolvimento da Fiep, responsável pelo acompanhamento da cadeia automotiva e coordenador executivo da CTVE, o objetivo desta iniciativa é disseminar e incentivar o desenvolvimento de projetos relacionados aos veículos elétricos no Paraná. “Trata-se de um espaço para a troca de informações e experiências. Vamos promover a interação entre empresas, universidades, centros de pesquisa e órgãos de governo.”, afirma.

Durante a primeira reunião da Câmara Setorial, a Itaipu apresentou seu case na área de veículos elétricos. A empresa foi responsável pelo primeiro projeto deste tipo no Paraná e é conhecida nacionalmente pela sua expertise tecnológica nesta área. Desde 2004, quando firmou acordo de cooperação com a empresa suíça KWO, a Itaipu já produziu 54 carros, um caminhão e um ônibus movidos exclusivamente com energia elétrica e um ônibus híbrido, que funciona com energia elétrica e etanol. Todos estes protótipos são abastecidos em eletropostos, criados através de uma parceria com o LACTEC e a Copel.

Na opinião de Celso de Novais, coordenador técnico da Itaipu e responsável pelo projeto do veículo elétrico, atualmente o motor elétrico é mais caro do que o convencional apenas por uma questão de escala, uma vez que para sua produção são necessários menos componentes. “Quando a indústria nacional passar a produzir este motor ele deve ficar mais barato”, diz.

Para enfrentar esta situação, mais do que tecnologia, é preciso criar uma estrutura de mercado que viabilize o a produção em larga escala. Neste sentido, a criação da CTVE é oportuna para sensibilizar o setor produtivo desta necessidade. “O Paraná tem grandes chances de ser o protagonista desta mudança (do motor a explosão para o motor elétrico), tanto pela experiência da Itaipu nesta área quanto pela iniciativa da Fiep de promover esta tecnologia.”, afirma Novais.

Durante as próximas reuniões mensais da Câmara Técnica serão criados grupos de trabalho com o objetivo de estruturar soluções para problemas específicos que venham a surgir ao longo das discussões. Estes grupos irão propor, executar e monitorar projetos e ações dos participantes.

Para o diretor de Relações Institucionais e governamentais da Renault / Nissan e vice-presidente na Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), Antonio Calcagnotto, a iniciativa da Fiep aponta para um cenário promissor. “Este time vai ser responsável pela mudança de paradigma”, afirma ele referindo-se à transição dos motores a explosão, mais poluentes, para os motores elétricos.

As informações são da Fiep.

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