Fiep alerta para o risco de desindustrialização

O Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná concluiu uma análise em que mostra o risco que o Brasil sofre de um iminente processo de desindustrialização. De acordo com a federação, a política de juros altos e taxa de câmbio desfavorável, somadas à tributação exorbitante e a redução dos investimentos públicos em infra-estrutura, têm levado o País a se firmar no cenário internacional como um mero fornecedor de commodities.

A análise foi apresentada pelo presidente do Sistema Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, à direção da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O documento da Fiep, de 31 páginas, mostra que a produção física da indústria brasileira cresceu apenas 23% entre 1991 e 2004, de acordo com dados do Ipea. Isso significa que, neste período, o produto industrial brasileiro cresceu a uma taxa média anual de 1,76%, contrastando com um crescimento médio de 2,5% do PIB no mesmo período. ?Confrontando estes números, percebe-se que há uma queda da participação do produto industrial na composição do PIB, o que revela que o processo de desindustrialização já começou no Brasil?, adverte Rocha Loures.

O presidente da Fiep observa que existe uma forte correlação positiva entre o crescimento do PIB e a elevação da produção industrial. Ou seja, os países que apresentam maior taxa de crescimento econômico são precisamente aqueles nos quais a produção industrial cresce mais rápido.

Para Rocha Loures, a condição necessária para o aumento do ritmo de crescimento da indústria brasileira é o término da política monetária recessiva adotada pelo Banco Central. ?Se a essência das atuais políticas não for modificada com urgência, a indústria brasileira estará condenada a um processo de definhamento, que terminará por enterrar qualquer possibilidade de retomada sustentada de crescimento da economia nacional?, conclui.

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