Fibra: incertezas na economia reduziram taxa de poupança

A taxa de poupança brasileira de 12,7% no primeiro trimestre, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está em um nível extremamente baixo e reflete a quantidade de incertezas na economia, destacou o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira. “É o menor nível desde os anos 2000”, diz. Oliveira reforça que a demanda ainda está crescendo mais do que o PIB e quando isso acontece há três caminhos: aumentar a inflação, aumentar o déficit e diminuir a taxa de poupança. “No caso do Brasil, as três coisas estão acontecendo.”

De acordo com o economista, essa é uma preocupação de médio prazo. “Se você quer investir mais é preciso poupar. Se não há poupança suficiente você acaba contando com poupança externa. Hoje ainda há liquidez mundial, mas as taxas devem crescer e isso se torna uma preocupação para a economia no médio prazo”, explica.

Ao comentar o resultado do PIB no trimestre, que cresceu 0,20% em relação ao quarto trimestre de 2013, Oliveira afirma que o destaque é que “na ótica da demanda todos os componentes apresentaram desaceleração”. “No caso do consumo (das famílias), a expectativa é de que nos próximos trimestres essa desaceleração continue, pois vivemos condições de crédito mais apertado, o mercado de trabalho começa a mostrar arrefecimento e ainda há incertezas políticas, ou seja, o grau de confiança do consumidor está muito baixo”, reforça.

Para Oliveira, o mesmo quadro de desconfiança acontece pelo lado do investimento. Além de existir uma desaceleração natural por conta do período eleitoral, a confiança dos empresários industriais e de serviços e comércio mostra forte desaceleração. “Em vista disso, também há um viés de redução do investimento.”

O economista diz que o resultado de todo esse quadro doméstico aponta para um PIB potencial em desaceleração. “Nossos modelos mostram que o PIB potencial já roda abaixo de 2%. Na década passada, era de 3,5%.” Oliveira afirmou ainda que revisou sua estimativa de PIB de 2014 para 0,8%, de 1,3% anterior. “Isso sem levar em conta um possível racionamento de energia, só com os dados atuais, esclarece.

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