Milão e Belo Horizonte – A Fiat anunciou a demissão de 8.100 empregados, ou mais de um quinto de sua força de trabalho na Itália. A medida, que faz parte de um plano de reestruturação para salvar a empresa, foi apresentada ontem aos sindicatos, que reagiram com protestos e convocando uma paralisação de quatro horas sexta-feira. Segundo a empresa, que atualmente emprega 35 mil pessoas e é o maior empregador privado da Itália, a queda nas vendas de automóveis e a desvalorização das ações da companhia são os motivos principais da medida.

Os cortes afetam todos os empregados do setor industrial da empresa na Itália, com exceção da fábrica de Melfi, onde são fabricados o modelos Punto e Lancia. A empresa anunciou que está negociando com o governo uma declaração de crise corporativa, o que permitiria que os demitidos continuem recebendo seus salários durante um ano. Também haverá incentivo à aposentadoria. No Brasil, apesar de a Fiat ter garantido que crise que afeta o grupo, sobretudo na Europa, não atinge o país, o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, denunciou o aumento de demissões na unidade mineira da montadora italiana.

Segundo o presidente do Sindicato, Marcelino da Rocha, entre janeiro e 31 de agosto deste ano 550 trabalhadores foram demitidos, o que representa o dobro das dispensas de todo o ano de 2001. Além disso, ele lembrou que este levantamento só leva em conta os empregados com um mínimo de 12 meses de contratado. Segundo a Fiat, contudo, não existe nenhuma decisão que aponte para demissões na unidade mineira ou em outras empresas do grupo no Brasil.

Uma possível antecipação da venda da unidade de automóveis da Fiat para a General Motors foi considerada improvável por um integrante da família Agnelli, que controla a montadora italiana. O acordo entre as duas companhias prevê que a GM, que já detém 20% da divisão de automóveis da Fiat, poderá adquirir os 80% restantes entre 2004 e 2009.

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