FHC volta a pregar moeda única para o Mercosul

Montevidéu 

– O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem, ao desembarcar em Montevidéu, que as mudanças recentes nas políticas cambiais na Argentina e no Uruguai permitirão ao Mercosul retomar a antiga ambição de uma integração monetária e manter um horizonte de integração mais profunda.

Segundo o presidente, “agora, quase por casualidade, as moedas se colocaram em um certo alinhamento no Brasil, no Uruguai e na Argentina. Esse alinhamento pode fazer com que sonhemos outra vez com a moeda comum. Mas não para amanhã”.

Fernando Henrique ainda afirmou estar bastante otimista com relação à possibilidade de os países do Mercosul superarem a crise econômica em que se encontram. Entretanto, destacou pelo menos duas vezes que essas crises se devem à instabilidade internacional. Em nenhum momento mencionou os problemas econômicos internos de cada um dos países. “Essa é a quinta crise internacional com que me confronto durante o tempo em que sou presidente e não tenho nenhuma dificuldade em dizer que vamos sair dela.”

Segundo o presidente, apesar da situação de crise na região, o momento é propício para os quatro sócios do Mercosul levarem adiante o processo de integração. Nesse sentido, voltou a defender uma maior institucionalização do bloco econômico a partir da mudança de prerrogativas de sua secretaria administrativa. Essa medida foi adotada na última reunião de cúpula do Mercosul, no início de julho.

Outra medida importante para o processo de integração, citou Fernando Henrique Cardoso, é a criação do tribunal de solução de controvérsias, também decidido na mesma reunião.

Uruguai

Questionado sobre a iniciativa do governo uruguaio de não adotar um congelamento dos depósitos bancários, semelhante ao que vigora na Argentina desde dezembro de 2001, FHC lembrou que esse modelo não convém para o Uruguai “e muito menos para o Brasil, onde o sistema financeiro é sólido”.

O presidente ainda foi questionado sobre a decisão do Banco do Brasil de retirar-se do Uruguai. Ele explicou que essa decisão não pode ser traduzida como desinteresse da instituição pelo Uruguai e que foi motivada apenas pelos custos trabalhistas locais.

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