O ex-presidente Fernando Henrique Carsoso (PSDB) participou nesta quinta-feira de um debate com o cineasta Arnaldo Jabor e o jornalista Carlos Sardenberg sobre o Brasil pós-eleição de 2018 e política em geral. O evento foi promovido pelo escritório de arquitetura Athie Wohnrath, no restaurante Fasano.

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“Se eu estivesse no lugar de Michel Temer, eu anteciparia as eleições”, disse FHC. Ainda assim, ele ponderou que só o presidente poderia fazer esse movimento de antecipar eleições – e que não foi feito porque Temer considerou existirem condições para a governabilidade.

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Perguntado por Sadenberg se acreditava em uma suposta “operação abafa para barrar a Lava Jato”, o ex-presidente respondeu com outra pergunta: “Você tem dúvida?”. Embora não tenha se alongado no tema, afirmou que a “operação abafa” não terá sucesso.

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FHC também afirmou que “estamos vivendo a crise nas formas representativas de democracia”. Para exemplificar citou as eleições de Donald Trump (EUA), Macron (França ) e o referendo que resultou no Brexit (Reino Unido).

O ex-presidente disse que o próximo presidente do Brasil será “aquele que trouxer um discurso que dê coesão a uma sociedade fragmentada, alguém que simbolize uma mensagem que dê coesão ao Brasil, alguém que tenha um discurso que encarne uma ideia de Brasil”.

FHC resumiu o ideal de candidato como alguém que “entendesse o mundo, conheça o Congresso e os órgãos do Estado e tenha capacidade de falar com a sociedade”. Ele completou dizendo que “a população vai votar por gente e não por ideias, por alguém que personifique esse discurso de coesão”.

O cineasta Jabor disse no meio do debate que temeria “a desgraçada possibilidade de Lula voltar”. O público do Fasano aplaudiu o artista e FHC completou: “Se depender desse público aqui ele não volta”.

O ex-presidente se disse otimista e falou que acredita em mudanças porque “só se muda na tragédia, só se muda na crise” e que “é só preciso encontrar alguém com tutano para essas mudanças”.