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FGV/Quadros: tendência para inflação é de desaceleração

A pressão sobre os preços exercida pela greve dos caminhoneiros, ao fim de maio, já começa a se enfraquecer, segundo os dados de junho do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). A tendência para os próximos meses é de desaceleração da inflação, segundo o superintendente adjunto para Inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros.

“Alguns preços já estão se normalizando. Há uma parcela dos alimentos que têm normalização mais rápida, como a parte in natura. Mas a pressão de proteínas ainda é grande”, apontou Quadros.

O IGP-DI passou de um aumento de 1,64% em maio para elevação de 1,48% em junho. Os aumentos de preços arrefeceram no atacado, mas aceleraram no varejo. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI) teve alta de 1,67% em junho, após a elevação de 2,35% registrada em maio.

“Os bens finais são os únicos com aceleração, ainda em consequência da paralisação dos caminhoneiros. Os aumentos nos ovos, carnes e laticínios estão acelerando, porque tiveram problemas de recebimento de insumos”, justificou Quadros.

Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) subiu 1,19% em junho, ante um crescimento de 0,41% em maio. Além do impacto remanescente da crise de abastecimento provocada pelos bloqueios de estradas em todo o País, pesou também no bolso do consumidor a energia elétrica e a gasolina.

“Além dos reajustes regulamentares na tarifa de energia, houve mudança da bandeira tarifária. Como já está no nível máximo, a energia não vai subir mais na mesma magnitude, mesmo com o reajuste da Eletropaulo. E o preço da gasolina já está cedendo no atacado, então o varejo também vai transmitir essa mudança”, estimou Quadros.

Câmbio

Quanto à desvalorização cambial, o superintendente do Ibre/FGV não prevê pressão extraordinária sobre a inflação. Segundo ele, é possível ver os reflexos da alta do dólar nos materiais para manufatura, no atacado, mas o repasse para o varejo deve ocorrer de forma inibida.

Ainda no IGP-DI, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-DI) subiu 0,97% em junho, depois do aumento de 0,23% em maio, pressionado pelo custo mais elevado da mão de obra.

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