FGV vê persistência inflacionária, causada por alimentos

O coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, admitiu que “ocorre, realmente, uma persistência inflacionária”. O especialista alertou que este foi o terceiro mês consecutivo que o Índice Geral de Preços -10 (IGP-10) mostrou aumento mensal acima de 1%. Ele não quis fazer previsões numéricas para os IGPs no final do ano, mas admitiu que as condições que estão puxando para cima os preços de produtos importantes no cálculo da inflação, principalmente no atacado, como soja e bovinos, podem continuar a elevar preços até o final do ano.

“Isso mostra que esta pressão de aumentos, que começou uns dois meses atrás no setor agropecuário, mostra-se mais resistente do que se pensava”, afirmou. “O que estamos vendo é uma inflação de alimentos de maior magnitude. A combinação de fatores que deu sustentação a este cenário de IGPs acima de 1% pode continuar, mas não é certeza”, afirmou.

A inflação em 12 meses acumulada pelo IGP-10 até novembro, que registra alta de 9,69%, foi a mais intensa desde dezembro de 2008, quando o indicador registrou alta acumulada de 10,27%. No caso da inflação atacadista, que representa 60% do indicador, a alta acumulada de 11,81% até novembro foi a mais forte para o período de 12 meses desde novembro de 2008, quando subiu 14,14%, “A taxa em 12 meses deve continuar subindo”, afirmou.

Quadros explicou que, nos últimos meses do ano passado, a inflação mensurada pelo IGP-10 registrava taxas próximas de zero, e até mesmo negativas. O mesmo não ocorrerá nos últimos meses de 2010, que mostram os Índices Gerais de Preços (IGPs) acima de 1%. O especialista explicou que, na prática, taxas mensais menores referentes aos últimos meses do ano passado serão substituídas, na série em 12 meses, por taxas mensais mais elevadas referentes aos últimos meses de 2010, elevando o resultado acumulado do indicador.

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