economia

FGV vê IPC-S caminhar para número abaixo de 0,10% e não descarta queda no mês

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de agosto caminha para ficar abaixo da projeção de alta de 0,10%, avalia o coordenador do indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV), Paulo Picchetti. “(O índice) Sofreu desaceleração interessante na terceira quadrissemana. Por enquanto, a projeção de 0,10% está mantida, mas não podemos descartar a possibilidade de taxa zero, ou até mesmo negativa”, admite. Em julho, o IPC-S foi de 0,17%.

O movimento de alívio no IPC-S está em linha com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA – 15), que ficou em 0,13% na comparação com 0,64% em julho. Segundo analistas, o IPCA fechado deste mês também pode ter deflação, já que o grupo de alimentos no IPCA-15 teve desaceleração importante para 0,03% após 0,61% em julho.

“O grande responsável pela desaceleração do IPC-S foi energia de 2,55% para 0,94%. Além disso, os preços do leite longa vida passaram a cair 0,85% após subirem 1,72% na segunda quadrissemana. No ponta pesquisas recentes, a queda já é mais de 3,00%. Da mesma forma, os combustíveis indicam recuo forte, com destaque para etanol, que já está cedendo cerca de 3,00% na ponta”, explica.

Segundo Picchetti, a redução no ritmo de declínio do grupo Alimentação no período, de -0,07% para -0,09% na terceira leitura do mês é explicada pela pressão em frutas (de -3,60% para -1,37%) e hortaliças e legumes (de -10,19% para -8,89%).

No caso das frutas, mencionou como exemplo as retrações menos expressivas nos preços do mamão, de 5,48% ante recuo de 11,29% na segunda leitura, e a alta de 17,57% nos preços da tangerina (ante 7,07%). Esta última influenciada pelo fim da safra.

Além disso, acrescenta, o tomate sofreu queda de 5,03% na terceira quadrissemana na comparação com queda de 8,62% na segunda. E a cebola cedeu 30,73% após recuo de 35,73%. “Em contrapartida, a alface caiu 1,21% depois do aumento de 3,10%”, cita. “Outro produto que ajudou a conter a pressão em Alimentação foi a carne bovina, cujos preços cederam 0,79% depois do declínio de 0,44% na segunda leitura”, afirma.

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