Se confirmada a projeção do coordenador do IPC-S da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Paulo Picchetti, de 1,6% para o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de janeiro, será a segunda maior taxa mensal da série histórica, abaixo apenas da alta registrada em janeiro de 2003. Naquela ocasião, o IPC-S teve variação de 2,20%. “Foi ano de eleição”, relembrou Picchetti.
Meses antes da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República em janeiro de 2003, houve um movimento de aversão a risco, com o crescimento do ex-metalúrgico nas pesquisas de intenção de voto. Naquele período, o dólar foi às alturas, se aproximou de R$ 4,00, e a Bovespa chegou a despencar mais de 30%.
Hoje, o coordenador do IPC-S alterou para cima a projeção para o dado fechado de janeiro, de 1,2% para cerca de 1,6%, após avaliar a taxa de 1,28% do índice da segunda leitura do mês (ante 0,96%). Segundo Picchetti, há sinais de que o efeitos dos reajustes nas tarifas de eletricidade e em transportes, além dos aumentos no setor de Educação sejam maiores que o esperado. Outra fonte de pressão para explicar a expectativa de uma inflação mais salgada em janeiro deste ano, disse, vem dos alimentos, que estão ficando mais caros por causa do clima instável. “Não tem (muita) surpresa. É a pressão dos administrados, da inflação de serviços, que é justamente educação, além de alimentos”, avaliou.
Para o IPC-S de 2015, o economista da FGV manteve a previsão inicial de 6,60%. “Vamos esperar. Deve ser um ano cheio de emoções”, disse.