FGV revisa alta do PIB em 2014 para 0,2%

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) revisou para apenas 0,2% sua projeção de crescimento para o Produto Interno Bruto (PIB), com uma perspectiva sombria para os investimentos, cuja queda seria de 7,9%, a maior desde o tombo de 8,2% em 1999, e superior até à retração de 6,7% em 2009, ano que experimentou os maiores efeitos da crise internacional deflagrada em setembro de 2008.

“Em 2009, o recuo teve origem externa, favorecendo o impacto das medidas do governo. A contração foi muito forte e intensa, mas já a partir do segundo semestre de 2009 havia expectativa de volta”, afirmou Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos do Ibre/FGV, ao comentar os dados da Sondagem de Investimentos, divulgada nesta quinta-feira, 11, pela instituição.

Segundo a sondagem, o porcentual de empresas industriais que ampliaram seus investimentos em capital fixo nos 12 meses até o terceiro trimestre de 2014 ficou em 29%, enquanto a parcela das que reduziram esse tipo de gasto ficou em 30%. É a primeira vez, na série iniciada no terceiro trimestre de 2012, que a segunda taxa supera a primeira.

As projeções do Ibre/FGV para o crescimento econômico foram refeitas na última segunda-feira, na esteira do PIB do segundo trimestre, informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 29. Para o terceiro trimestre, os economistas da FGV esperam crescimento de 0,1% ante o segundo. O quarto trimestre também terá algum crescimento. “Há uma recuperação, mas muito lenta”, comentou Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Macro Ibre.

No cenário traçado por Silvia e Campelo, um conjunto de fatores explica o prolongamento da estagnação, que dificilmente será mudado em 2015, como uma maior percepção de que há problemas estruturais na economia, falta de reformas, crise na Argentina e falta de confiança de consumidores e empresários.

“Neste ano, a eleição é um fator a adicionar incerteza. Quem vai ganhar? Com que composição? Vai gerar que tipo de políticas? Com que tipo de ajuste?”, questiona Campelo.

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