O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, informou nesta ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que reduziu a projeção para o indicador fechado de agosto para 0,10%, depois de estimar alta de 0,30% no começo do mês. Segundo ele, o motivo da alteração está “essencialmente” relacionado ao comportamento mais brando do grupo Alimentação, que apresentou recuo de 0,01% na terceira leitura do mês ante queda de 0,05% na leitura anterior. “Estava com 0,30% de previsão e tivemos uma surpresa com Alimentação, que recentemente veio com quedas, refletindo o comportamento visto no atacado durante meses e que chegou ao varejo”, afirmou o economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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Picchetti, no entanto, ponderou que a deflação de alimentos não deve persistir até o IPC-S fechado do mês. Ele citou como exemplo os preços de alguns produtos que em pesquisas mais recentes já estão indicando pressão futura sobre o índice cheio, caso da batata-inglesa e do tomate, que estão diminuindo o ritmo de queda, enquanto algumas frutas, como a tangerina, estão acelerando a velocidade de alta. “Ao avaliar os itens, percebemos que os preços não vão continuar caindo, que a deflação de alimentos não deve se sustentar e irá pressionar o índice”, estimou.

De acordo com a FGV, a variação negativa da batata-inglesa foi de 24,22%, enquanto a do tomate foi de 7,16% na terceira leitura do mês. Os preços da tangerina (mexerica) avançaram 20,79% na terceira quadrissemana do mês ante a anterior. O IPC-S, por sua vez, desacelerou para 0,06%, depois de 0,08% na segunda quadrissemana de agosto. “Até o índice de difusão voltou a subir e tem especialmente ligação com o grupo Alimentação. É um prenúncio dessa estimativa de reversão da deflação de Alimentação (da terceira para a quarta leitura do mês)”, completou. O indicador de difusão, que mede o quanto a alta dos preços está espalhada, atingiu 57,06% na terceira medição do mês em relação à de 55,59% anteriormente.

Se a expectativa de 0,10% para o IPC-S de agosto for confirmada, será igual à taxa registrada em julho deste ano, mas inferior à de 0,20% apurada em agosto de 2013.

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