A forte desaceleração mostrada pela primeira prévia de janeiro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deve-se ao fim do choque de preços iniciado em novembro no atacado, segundo o superintendente adjunto para inflação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros. A prévia do IGP-M divulgada nesta segunda-feira, 12, mostra uma inflação de 0,29%, ante alta de 0,63% na mesma prévia de dezembro.

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No atacado, a redução na taxa foi ainda mais significativa: de 0,71% em dezembro para 0,23% em janeiro. Quadros lembra que, em novembro passado, a seca impulsionou os preços dos produtos agropecuários, e houve ainda o reajuste dos combustíveis. “Nessa primeira prévia de janeiro, tudo isso está minguando. O choque acabou, foi inteiramente absorvido”, afirmou o pesquisador.

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) deve se manter comportado, avalia Quadros. A única exceção foi a aceleração dos alimentos in natura, que subiram 9,8% na prévia de janeiro. “Mas isso é típico dessa época do ano, da combinação de calor com umidade”, lembrou.

Diante do IPA mais ameno, as próximas leituras dos IGPs da FGV devem ser pressionadas pela inflação ao consumidor. Na primeira prévia de janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) manteve o patamar da mesma prévia de dezembro (0,52% em janeiro ante 0,51% em dezembro), mas a tendência é de aceleração.

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“O IPC se manteve praticamente igual, mas alimentação já subiu, por causa dessa alta dos alimentos in natura. O impacto é praticamente simultâneo ao do IPA”, disse Quadros. “O que não tem no IPC ainda é o reajuste de preços administrados”, acrescentou.

O pesquisador da FGV refere-se ao encarecimento da tarifa de energia elétrica, que deve começar a pressionar os gastos com habitação em janeiro, assim como os reajustes de ônibus devem aumentar as despesas com transportes.

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“E tem ainda os reajustes das mensalidades escolares em educação. Em janeiro, há diversos impactos com dimensão anual, porque são reajustes que ocorrem uma vez ao ano. Então o IPC pode fechar o mês acima de 1%. Quem vai puxar o IGP de janeiro é o IPC”, previu o superintendente de inflação.