FGV prevê avanço de 0,80% do IPC-S em junho

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, elevou nesta terça-feira, 23, de 0,70% para 0,80%, a expectativa para a alta da inflação captada pelo indicador da Fundação Getulio Vargas (FGV) no fechamento de junho. Em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, ele disse que, apesar do movimento de desaceleração verificado no indicador na terceira quadrissemana, não deve haver tempo para uma diminuição mais consistente da inflação até o encerramento deste mês.

Nesta terça-feira, a FGV divulgou que o IPC-S registrou alta de 0,83% na terceira quadrissemana de junho. O resultado foi menor do que a taxa de 0,86% da segunda quadrissemana do mês. “O número não foi tão ruim, pois interrompeu um processo de aceleração que vinha acontecendo. Mas, por outro lado, o número que fechará junho não deve ser tão bom como o de 0,70% que esperávamos anteriormente”, comentou Picchetti.

De acordo com a FGV, o principal impacto de alta para o IPC-S da terceira quadrissemana veio do item jogo lotérico, que subiu 48,77% no período ante avanço de 47,05% na segunda leitura do mês. Conforme os cálculos de Picchetti, o item respondeu por 0,17 ponto porcentual da inflação geral, o que significa dizer que, se não fosse o jogo lotérico, o indicador da terceira medição de junho registraria taxa de 0,66%.

O coordenador disse que o impacto maior da alta do jogo lotérico se deu na terceira quadrissemana. Para ele, já na próxima divulgação do IPC-S, o item virá com avanço menos expressivo, mas sem capacidade para reduzir o ritmo de alta da inflação. Com isso não deve haver tempo para uma desaceleração mais forte do IPC-S até o fim de junho.

Alimentação

Chamou a atenção também de Picchetti o movimento de alta menor visto no grupo Alimentação, que na terceira quadrissemana subiu 0,98% ante 1,04% da segunda medição de junho. Neste conjunto de preços, o coordenador destacou a importante desaceleração no segmento de Hortaliças e Legumes (alta de 4,01% ante 8,58%), mas ressaltou que, como efeito contrário, houve movimentos desfavoráveis nas partes de Laticínios e Frutas.

Em Laticínios, houve alta de 1,81% na terceira quadrissemana do mês ante 1,33% da segunda leitura. Em Frutas, a queda de 1,76% da terceira medição de junho foi menos intensa que a de 3,27% da leitura imediatamente anterior.

Outro fator que vem atrapalhando o andamento do IPC-S é o comportamento das passagens aéreas, já antecipando um movimento relacionado ao período de férias de julho. Na terceira quadrissemana de junho, o item apresentou alta de 13,51% ante 10,97% da segunda medição do mês.

Segundo Picchetti, o IPC-S tende a mostrar uma inflação acima dos padrões tradicionalmente verificados em junho, que é um mês no qual em diversas vezes, o índice ficou próximo de variação zero ou até registrou deflação. “Mais uma vez, a exemplo do que já aconteceu em maio, o número de junho vai surpreender pelo lado ruim, com o agravante de que este é um mês que costuma marcar o início de um período onde se concentram as menores taxas de inflação de cada ano”, salientou.

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