A primeira prévia de janeiro do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostra que o período de deflação nos IGPs acabou. A conclusão é do coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros. Na primeira prévia deste mês, o IGP-M subiu 0,27%, após mostrar queda de 0,16% em igual prévia de dezembro.
“A deflação vai ficar cada vez mais episódica, pontual. Pode até acontecer novamente, mas não mais como regra, em sequência, como foi no ano passado”, afirmou Quadros. Em todo o País, o IGP-M é bastante usado em reajustes de aluguel e, quando ocorre deflação, em muitos casos o valor pago pelo locatário cai.
Quadros afirmou que, em janeiro, o índice deve fechar com taxa positiva, não próxima de zero e bem distante da registrada em dezembro (-0,26%). “Mas não acho que possa chegar a 1% no mês. É muito”, observou.
Segundo o especialista, o comportamento de preços do varejo em janeiro deve ser completamente “descolado” dos cenários de inflação no atacado e na construção civil. Isso porque o primeiro mês do ano conta com vários aumentos pontuais, já precificados pelo mercado, que elevam as taxas dos índices inflacionários varejistas. É o caso do reajuste nas mensalidades escolares e dos aumentos de preços dos alimentos in natura, que sofrem com a chuvas de verão.
Além disso, Quadros lembrou que houve o recente reajuste de 17% na tarifa de ônibus urbano em São Paulo, o que deve pressionar ainda mais a inflação do varejo no mês. “O IPC (índice de preços ao consumidor) deve encerrar o mês bem acima dos outros índices componentes do IGP-M”, concluiu.