A partir de abril de 2010, o Índice de Preços por Atacado (IPA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), terá uma cara nova. Calculado pela instituição desde 1947, o indicador que responde por 60% dos Índices Gerais de Preços (IGPs) vai medir a variação dos preços ao produtor – e não no atacado. Isto é, os preços serão coletados na porta da fábrica e no campo, seguindo uma tendência que já é realidade em outros países, como os Estados Unidos.

continua após a publicidade

“O novo indicador será mais fiel à realidade do produtor industrial e agropecuário”, afirma o coordenador de Análises Econômicas da FGV, Salomão Quadros.

Ele explica que o novo IPA, que terá nome oficial de Índice de Preços ao Produtor Amplo e manterá a mesma sigla, não vai incluir nos preços dos cerca de 350 produtos pesquisados os impostos de valor adicionado, como Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), nem o frete.

Vagner Ardeo, vice-diretor do Ibre, ressalta que a mudança de foco na coleta dos preços ocorre para acompanhar a evolução da economia. “O atacado perdeu ao longo do tempo importância nas negociações entre as empresas. Trata-se de uma evolução conceitual”, diz.

continua após a publicidade

Segundo Quadros, as mudanças não provocam alterações nem para mais nem para menos na série histórica do indicador. “O IPA mede variação, não nível de preços”, ressalta.