FGV: medicamento e energia puxam inflação da baixa renda

Os reajustes nos preços dos medicamentos e nas tarifas de energia elétrica residencial foram o principal impulso para a inflação percebida pelas famílias de baixa renda em abril. Os medicamentos subiram 2,45%, enquanto a tarifa de eletricidade avançou 2,41%. Com isso, o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) saiu de 0,85% em março para aumentar 1,05% no mês passado. Por outro lado, os alimentos desaceleraram no período.

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), os grupos que mais pressionaram o indicador foram Saúde e Cuidados Pessoais (0,29% para 1,68%) e Habitação (0,54% para 0,73%), impactados pelos dois itens de destaque na inflação de abril. Também aceleraram Transportes (0,28% para 0,68%), com a alta de 0,80% na tarifa de ônibus urbano, Vestuário (0,33% para 0,71%), com a elevação de 0,77% nos preços de roupas.

Ao todo, seis das oito classes de despesas pesquisadas pela FGV ganharam força na passagem do mês. Completam o quadro as classes de Despesas Diversas (0,21% para 0,36%) e Comunicação (-0,22% para -0,03%). Nestes grupos, os destaques partiram dos itens clínica veterinária (0,14% para 1,03%) e tarifa de telefone residencial (-0,49% para -0,12%), respectivamente.

No sentido contrário, o grupo Alimentação desacelerou de 1,85% para 1,69%, influenciado pelas hortaliças e legumes (19,55% para 5,52%). O tomate teve queda de 3,59%, enquanto a batata-inglesa subiu 25,17%, menos do que em março. Apesar disso, o leite longa vida ainda ganhou força e subiu 6,78% em abril, de 3,19% no mês anterior.

Por fim, o grupo Educação, Leitura e Recreação teve queda de 0,40%, após subir 0,85% em março. A principal contribuição veio das passagens aéreas, com recuo de 29,23%, após alta de 13,34% em março.

Maior que a média

A taxa do IPC-C1 de abril, de 1,05%, foi superior à inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. O Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-Br) mostrou alta de 0,77% no mês passado. Ambos são calculados pela FGV.

A taxa de inflação acumulada em 12 meses do IPC-C1 acelerou de 5,10% em março para 5,57% até abril de 2014, mas segue em patamar inferior em relação ao IPC-BR, que subiu 6,36% em igual período.

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