FGV: matérias-primas puxam desaceleração do IGP-10

Os preços das matérias-primas brutas no atacado puxaram para baixo o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) de fevereiro. Os produtos agrícolas foram os que mais desaceleraram o ritmo de alta, ou acentuaram a intensidade da queda, como foi o caso da soja, que passou a cair 8,66%, de -2,62% em janeiro.

Também deram alívio os preços dos bovinos (2,62% para 1,07%) e do milho em grão (4,70% para 1,49%). Em sentido inverso, destacaram-se os itens mandioca (-1,64% para 6,30%), minério de ferro (1,56% para 1,89%) e laranja (7,19% para 9,31%). O índice de matérias-primas brutas fechou em queda de 0,93% em fevereiro, depois de subir 0,55% no mês anterior.

Os bens finais também desaceleraram na passagem do mês, com leve alta de 0,01%, depois de avançar 0,20% em janeiro. Esse comportamento foi influenciado principalmente pelos alimentos processados, que tiveram queda de 0,66%, devolvendo parte da alta de 0,83% do primeiro mês do ano.

Na contramão, os bens intermediários ganharam força, passando de alta de 0,89% em janeiro para elevação de 0,97. “Quatro dos cinco subgrupos apresentaram aceleração, com destaque para materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa de variação passou de 0,23% para 0,72%”, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), em nota.

Com essa combinação de resultados, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-10) subiu 0,07% em fevereiro, arrefecendo ante alta de 0,55% no mês anterior.

Consumidor

A aceleração dos preços ao consumidor impediu um alívio ainda maior na taxa do IGP-10 de fevereiro. Isso porque o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) subiu 0,82%, ante 0,76% em janeiro. O principal impulso partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação (1,72% para 3,25%).

Também aceleraram os grupos Habitação (0,42% para 0,81%), Despesas Diversas (0,82% para 2,98%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,46% para 0,59%) e Comunicação (-0,08% para 0,12%). As maiores contribuições para estes movimentos partiram dos itens empregados domésticos (0,32% para 1,97%), cigarros (1,59% para 6,20%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,31% para 0,54%) e tarifa de telefone móvel (0,05% para 0,31%), respectivamente.

Em contrapartida, três classes de despesa desaceleraram: Transportes (1,17% para 0,37%), Alimentação (0,96% para 0,61%) e Vestuário (0,23% para -0,38%). Nestas classes de despesa, destacam-se os itens: gasolina (2,93% para -0,15%) – com a saída do impacto do reajuste de dezembro -, hortaliças e legumes (3,44% para 0,05%) e roupas (0,18% para -0,72%), respectivamente.

Construção

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em fevereiro, alta de 0,70%, acima do resultado do mês anterior, de 0,36%. O índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços subiu 0,60%, contra 0,26% em janeiro. O custo da Mão de Obra avançou 0,79%, ante 0,45% no mês anterior.

O IGP-10 subiu 0,30% em fevereiro, contra 0,58% em janeiro. O período de coleta de preços foi do dia 11 de janeiro a 10 de fevereiro. Às 11h, o superintendente adjunto de inflação da FGV, Salomão Quadros, concede coletiva de imprensa sobre o indicador.

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