O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), dentro do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), possui diversos “focos de desaceleração” para a inflação deste mês, segundo o coordenador de Análise Econômica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros. Ele cita o exemplo das hortaliças e legumes (2,91% para 20,02%). “É um número muito alto para uma categoria. É típico de janeiro. Raramente se alonga até fevereiro”, ressaltou.
Entre as principais contribuições para o IPC de janeiro, Quadros destacou a educação (de 0,64% para 3,99%), cujos preços foram todos reajustados no mês passado, e a alimentação (de 1,26% para 2,18%), que já demonstra queda de preços no atacado. Estas influências, no entanto, tendem a sumir em breve.
Segundo Quadros, alguns produtos que já apresentam recuo no atacado começam a demonstrar perda de ritmo também no varejo. Este é o caso do arroz (de 1,06% para 0,36%). “Está se comportando em sintonia com o atacado, ainda que defasado. É de se esperar que chegue até a cair”, afirmou. No mesmo sentido, a variação de preço do feijão carioca passou de 4,16% para 3,06%; da carne suína, de 4,58% para 2,04%; e da carne bovina, de 1,60% para 0,78%. Existem alguns produtos cujos preços registraram queda ao produtor, mas ainda não beneficiaram o consumidor, como o frango em pedaço, cuja inflação passou de 2,84% para 0,94%.
Para fevereiro, é esperado também que os indicadores de inflação captem a redução da tarifa de energia. Em uma semana de pesquisa, o pacote do governo já repercutiu em uma taxa negativa de 5,19% para o item. Em contrapartida, os combustíveis e lubrificantes aceleraram de -0,22% para 0,10%, tendo a gasolina aumentado 0,03%. O reajuste de preço concedido pela Petrobras na refinaria ainda não foi completamento percebido no varejo, o que só deve aparecer no próximo indicador.