A inflação captada pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) deverá encerrar o mês de agosto com uma taxa um pouco acima da observada em julho, quando ficou em 0,10%. A expectativa é do coordenador do indicador, Paulo Picchetti, que, em entrevista na tarde desta sexta-feira, dia 1º, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, disse aguardar uma inflação de 0,30% para o índice do oitavo mês de 2014.

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Em julho, conforme divulgação feita nesta sexta-feira pela FGV, o IPC-S mostrou desaceleração de 0,23 ponto porcentual ante a taxa de 0,33% do fechamento de junho. Foi o resultado mensal mais baixo desde julho de 2013, quando o índice registrou deflação de 0,17%.

No mês passado, o comportamento do grupo Alimentação, com deflação de 0,25% no sétimo mês do ano contra variação positiva de 0,08% em junho, foi decisivo para o alívio da inflação do indicador da instituição, especialmente por conta da queda nos preços de itens in natura. O resultado do IPC-S só não foi mais baixo porque, no lado contrário, o grupo Habitação, com avanço de 0,56% ante 0,52% de junho, serviu de importante contrapeso no cálculo do índice, refletindo aumentos recentes nas tarifas de energia elétrica.

Para agosto, Picchetti avaliou que justamente uma perda de força da deflação do grupo Alimentação deverá definir o comportamento do indicador geral da FGV. Segundo ele, mesmo com um cenário de preços de alimentos no atacado em baixa nos Índices Gerais de Preços (IGPs), os itens in natura tendem a mostrar baixas menos expressivas no período.

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“A princípio, agosto ainda será um mês bom, em termo de dinâmica de inflação, desde que não ocorra algum reajuste de tarifa novo, o que aparentemente parece que não vai existir”, comentou o coordenador do IPC-S. “Acredito que o número não deve ficar muito distante do observado em julho, mas a deflação de Alimentação, principalmente entre os in natura, deve perder força ao longo do mês”, acrescentou, sempre lembrando da tradicional volatilidade deste segmento de preços.

A despeito da taxa bastante baixa do IPC-S de julho e da expectativa de um resultado igualmente tranquilo para agosto, Picchetti alertou que o comportamento atual de curto prazo do indicador da FGV não permite uma avaliação de um cenário geral cômodo para a inflação, que, para ele, continua elevada.

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