Pressionado por aumento de custos, principalmente pelo encarecimento dos preços dos combustíveis, os principais tipos de transporte público urbano tiveram reajustes de preços bem acima da inflação do varejo, de janeiro de 2001 a agosto de 2007. Segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), os preços de transporte público urbano subiram 102,84% no período – quase o dobro do apurado pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no mesmo período, que acumula alta de 54,82%.

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Os gastos com transporte público respondem por 6% do total de gastos das famílias, segundo a FGV. O economista da FGV, André Braz, informou que no período destacado houve fortes aumentos acumulados de preços em tarifa de ônibus urbano (110,61%), trens (94,04%) e metrô (82,61%). "Somente a tarifa de ônibus urbano responde por mais de 50% do resultado de preços de transporte público urbano", disse.

O economista comentou que, entre as pressões de custos sofridas pelo setor está o comportamento de preços do setor de combustíveis, particularmente óleo diesel – cujos preços acumulam elevação de 149%, de janeiro de 2001 a agosto de 2007. "O custo do setor de transportes é bem variável e abrange vários itens, como folha de pessoal, entre outros. Mas o custo do óleo diesel é uma coisa muito importante, e com certeza influenciou bastante o resultado", disse.

Segundo a FGV, quase todos os outros tipos de transporte públicos urbanos pesquisados pela fundação sofreram reajustes de preços acima da inflação no período. É o caso das elevações acumuladas em táxi (72,86%) e transporte escolar (64,94%). Barcas e aerobarcos, com alta de 49,65%, foram os únicos transportes urbanos a apresentar aumento acumulado de preços abaixo da inflação do varejo.

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