A inflação percebida entre as famílias de baixa renda desacelerou em fevereiro. É o que mostra o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 – (IPC-C1), usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal de 1 a 2,5 salários mínimos. Segundo informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o índice subiu 0,90% em fevereiro, após avançar 1,32% em janeiro. Com o resultado, ele acumula altas de 2,23% em 2010 e de 5,07% nos últimos 12 meses.
A taxa do IPC-C1 do mês passado, no entanto, ficou acima da inflação média apurada entre as famílias mais abastadas, com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos, mensurada pelo Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR). O indicador subiu 0,68% em fevereiro.
As taxas de inflação acumulada no ano e nos 12 meses encerrados em fevereiro do IPC-C1 também foram maiores que as apresentadas pelo indicador que mensura o impacto da inflação entre famílias com ganhos maiores, para os mesmos períodos. O IPC-BR acumula altas de 1,98% no ano e de 4,91% em 12 meses.
Na passagem de janeiro para fevereiro, a principal contribuição para a taxa menor do IPC-C1 partiu do grupo Transportes, cuja taxa de inflação caiu quase pela metade no período, passando de 5,06% para 2,67%. Isso porque a classe de despesa foi afetada pela elevação menos intensa das tarifas de ônibus urbano, que desaceleraram de 5,39% para 2,83%.
Das sete classes de despesas usadas para cálculo do IPC-C1, seis apresentaram decréscimo em suas taxas de variação de preços, de janeiro para fevereiro. Além de Transportes, este é o caso de Habitação (de 0,23% para 0,12%), Vestuário (de -0,10% para -0,58%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,19% para -0,01%), Educação, Leitura e Recreação (de 2,45% para -0,45%) e Despesas Diversas (de 0,25% para -0,13%). A única classe de despesa a apresentar aceleração de preços foi a de Alimentação (de 1,33% para 1,41%).
A FGV informou ainda que, em fevereiro, entre os produtos pesquisados para cálculo do IPC-C1, as mais expressivas elevações de preços foram detectadas na já citada tarifa de ônibus urbano (2,83%); tomate (33,47%); e açúcar refinado (12,24%). Já as mais expressivas quedas foram registradas em cenoura (-16,18%); cebola (-5,33%); e limão (-9,91%).