Até o fim do mês, o impacto dos reajustes nas escolas e outros itens no setor no Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) deve dobrar. Assim, os preços da educação vão contribuir para pressionar ainda mais o indicador e confirmar a previsão inicial de que o IPC-S de janeiro fique em 0,70%. Essa é a avaliação do economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) André Braz. Na segunda quadrissemana de janeiro, o IPC-S acelerou para 0,62%, de 0,50% na leitura anterior.

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O item cursos formais, que capta os reajustes de ensino, subiu de 1,17% para 3,75% no período. Mas Braz explica que, até agora, as leituras do IPC-S de janeiro só coletaram os aumentos de metade das instituições educacionais. E, como o patamar de reajuste é similar entre as empresas de ensino do mesmo ramo, é de se esperar que a inflação desse segmento dobre até o fim do mês, explica ele.

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Braz estima que os cursos de ensino elementar, fundamental e médio devem ter aumento médio de cerca de 9%, enquanto as universidades e as classes de pós-graduação devem apresentar alta mais tímida. Na segunda medição do IPC-S de janeiro, os preços do ensino fundamental tiveram elevação de 4,35%.

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O grupo Transportes também deve continuar em alta até o final do mês, segundo Braz, principalmente com a contribuição dos reajustes das tarifas de ônibus urbano em algumas capitais brasileiras. O economista explica que os aumentos no transporte são captados aos poucos durante os primeiros 30 dias. Dessa forma, o grupo deve continuar pressionado em janeiro e pode ter aceleração ainda maior se houver outros aumentos de ônibus no mês. Na leitura divulgada nesta segunda, Transportes teve variação de 0,96% a 1,06%.

Por outro lado, o item gasolina, que teve a maior influência de alta na segunda quadrissemana de janeiro, deve continuar desacelerando timidamente, como já mostrou essa leitura (2,64% para 2,55%), conforme Braz, porque boa parte do reajuste da Petrobras já foi captado.

Alimentação, que avançou de 0,75% para 0,77%, também deve permanecer em alta, na avaliação do economista do Ibre/FGV. Segundo ele, a pressão no grupo se deve, principalmente, ao aumento em hortaliças e legumes, produtos que sofrem muito com as condições climáticas no verão. “Mas o ritmo de elevação no grupo deve continuar moderado até o final do mês, porque, neste ano, o clima não está tão prejudicial”, acrescenta.

A alta menos intensa dos alimentos, além do arrefecimento em Despesas Diversas, deve impedir uma aceleração forte do IPC-S em janeiro, segundo Braz, corroborando com a sua expectativa de que o indicador encerre o mês em 0,70%.