O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) deve continuar desacelerando em novembro e fechar o mês em 0,45%, após aumento de 0,53% em outubro. A estimativa foi feita ontem pelo economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) André Braz. Segundo ele, a expectativa é de que no mês que vem os impactos da alta do dólar sejam menores ou até nem atinjam o IGP-M. “Se ainda houver algum efeito do câmbio, será pontual”, disse.

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De acordo com cálculos da FGV, o câmbio médio acelerou 8,97%, para R$ 1,808, entre os dias 21 de setembro e 20 de outubro, período de coleta do indicador. Segundo Braz, o acordo firmado pelas autoridades europeias para combater a crise das dívidas na Europa também pode pressionar menos os preços no atacado. “É um tipo de medida que, num momento como este, traz mais confiança, embora ainda existam muitas dúvidas”, afirmou.

Na opinião de Braz, com menor ou quase nenhum impacto cambial, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) industrial tende a desacelerar em novembro, embora não tenha divulgado o quanto deve ser a taxa. Em outubro, o índice fechou em 0,91%, quase o dobro do registrado em setembro, quando atingiu 0,45%.

Outro que também deve apresentar taxa mais baixa em novembro em relação a outubro, é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que avançou 0,26% este mês ante 0,59% em setembro. Dentro do IPC, o economista acredita que o grupo Habitação poderá registrar desaceleração ou até mesmo queda de preços. “A menor pressão deve vir especialmente de taxas menores de água e esgoto e de condomínio, muito comuns nesse período por conta do pagamento do 13º salários de funcionários de prédios, por exemplo”, disse.

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No caso de água e esgoto, Braz se referia ao reajuste de 6,83% promovido pela Sabesp em setembro para as taxas no Estado de São Paulo. “Essa conta (aumento da água e esgoto) já está descontada nesse IPC”, explicou.

O economista ainda acredita que os preços de determinados produtos, como feijão (4,90%, em setembro, para -0,75% em outubro) e café (10,58% para 1,64%) – que fazem parte da cesta básica – também devem impactar o IPC para baixo em novembro. “Pode ser que esses itens até passem a recuar”, acrescentou.

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Já o IPA Agropecuário é uma incógnita em razão da volatilidade de alguns produtos que integram esse índice, como os in natura, na opinião do economista. “Ainda assim, não irá frustrar a expectativa é de um IPA menor”, completou.