O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, afirmou hoje que o maior foco de pressão de alta dentro do indicador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), na segunda prévia deste mês, foi o mesmo que marcou a primeira divulgação de novembro. O comportamento volátil dos preços dos alimentos in natura foi o principal fator para a aceleração do IPC-S no período, de 0,10% para 0,20%. “No fundo, está tudo na mão do segmento de Hortaliças e Legumes e da parte de Frutas”, disse Picchetti, referindo-se ao conjunto de preços pertencentes à Alimentação que levou o grupo de uma queda de 0,62%, na primeira prévia de novembro, para uma variação positiva de 0,01% na segunda leitura do mês.
No período, enquanto a parte de Hortaliças e Legumes avançou de 3,80% para 6,98%, a variação negativa do segmento de Frutas diminuiu, de 5,87% para 2,49%. De acordo com o coordenador, dentro do próprio grupo Alimentação ainda há fatores de alívio, que impediram taxas maiores para o grupo e para o IPC-S. O melhor exemplo é o leite longa vida, cuja queda foi de 8,66% na segunda quadrissemana, ante um recuo de 9,27% na primeira leitura de novembro.
Na outra ponta, o tomate foi o grande vilão do IPC-S, apresentando uma forte alta, de 23,48%, na segunda prévia, ante variação positiva de 19,33% na primeira. Outros alimentos que mereceram a atenção da instituição foram a batata-inglesa, que subiu 17,71% na segunda prévia, e a cebola, que avançou 17,44%.
Na avaliação de Picchetti, apesar da taxa mais alta da segunda prévia de novembro, o IPC-S continua não trazendo preocupações quanto ao futuro da inflação. “De forma geral, nada indica que possa existir alguma coisa diferente para a inflação”, analisou.