FGV eleva projeção do IPC-S de maio de 0,50% para 0,60%

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), Paulo Picchetti, elevou nesta sexta-feira, 16, de 0,50% para 0,60%, a estimativa para o indicador de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV) do fim de maio. Em entrevista, Picchetti afirmou que, após a surpresa com a aceleração do índice na primeira quadrissemana do mês, o movimento de desaceleração visto na segunda leitura trouxe o cenário previsto novamente para algo próximo do imaginado no começo de maio, de uma taxa de inflação menos pressionada que a de abril, quando o IPC-S subiu 0,77%.

Nesta sexta-feira, a FGV divulgou que o indicador apresentou taxa de 0,78% na segunda quadrissemana de maio. O resultado foi 0,06 ponto porcentual menor que o de 0,84% da primeira medição do mês. “Após o fechamento de abril, eu havia feito uma projeção de que o IPC-S desaceleraria para 0,50% em maio, mas ele atingiu 0,84% na primeira quadrissemana e isso assustou. Agora, tivemos uma ótima notícia, já que ele reverteu a trajetória”, comentou Picchetti.

O coordenador do IPC-S lembrou que, na primeira quadrissemana de maio, um dos pontos de impacto que gerou surpresa foi o item energia elétrica, que havia avançado 2,50%. Na segunda leitura do mês, este componente voltou a pressionar e liderar o ranking de maiores impactos para o indicador, com elevação de 2,95%.

De acordo com Picchetti, os grandes fatores que estão na direção contrária da energia elétrica são os grupos Alimentação, Transportes e Saúde. O primeiro conjunto de preços, ajudado pela desaceleração da parte de Hortaliças e Legumes, cuja alta passou de 3,64% para 2,35%, saiu de uma variação positiva de 1,31% para 1,05%. O grupo Transportes, por sua vez, ajudado principalmente pela alta menor dos combustíveis, subiu 0,52% na segunda quadrissemana ante 0,61% na leitura inicial do mês.

Quanto à Saúde, o grupo repetiu a alta de 1,39% da primeira quadrissemana de maio. Para Picchetti, apesar deste comportamento, o conjunto de preços começará nas próximas leituras a mostrar a saída gradual do impacto dos reajuste nos preços dos remédios, que afetou bastante a inflação de abril.

Como fatores de pressão futura para o IPC-S, o coordenador alertou que o tomate e as passagens aéreas estão com alta importante nas pesquisas de ponta (mais recentes) da FGV. Com isso, o levantamento quadrissemanal da instituição deverá absorver aos poucos maiores impactos destes dois componentes.

“No saldo líquido, a exemplo do que aconteceu na segunda quadrissemana de maio, a expectativa é de que o cenário fique favorável para o recuo da inflação. Só não tenho aquela convicção que vai chegar ao nível de 0,50% porque tivemos a surpresa da primeira quadrissemana”, destacou Picchetti. “Imagino algo em torno de 0,60%, mantendo a trajetória vista agora”, acrescentou, lembrando que, apesar da notícia animadora da desaceleração, o panorama atual da inflação continua em níveis elevados e distantes do que é considerado ideal para a economia.

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