FGV descarta risco de descontrole inflacionário

São Paulo

– Apesar de recentes dados mostrando alta nos preços, os riscos de um descontrole inflacionário estão descartados, acredita o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), Salomão Quadros. Defendendo a tese de que o caráter recente da inflação é sazonal, o economista afirmou que não têm sido observados aumentos generalizados nos componentes inflacionários.

Segundo ele, o tom “alarmista” da ata do Copom tem seu lado positivo e responsável em relação às sinalizações de cautela com a inflação. “Mas daí a dizer que o País não cumprirá a meta inflacionária é uma conclusão apressada”, avalia. Ele lembra que ainda é início de ano e que, em breve, haverá a safra agrícola, que garantirá queda de preço de diversas commodities.

“A ata trouxe um convite a reflexões novas, levando a crer que a meta de inflação (5,5%) não será cumprida com os pés nas costas”, afirmou. “O que parecia fato consumado vai dar mais trabalho do que se esperava, mas o Brasil tem tudo para atingir seu objetivo e, mesmo que o IPCA do ano fique em 8%, não significa que estará configurado um descontrole inflacionário, até porque este porcentual será inferior ao do ano passado.”

Os temores do mercado e do governo com os reajustes industriais estão sendo superdimensionados, avalia. “A alta neste setor não é tão generalizada como parece à primeira vista. Apesar da dimensão toda que este assunto tem ganho, a discussão, na verdade, resume-se a alguns grupos isolados”, acredita. Ele cita, especialmente, o grupo de metais e siderurgia, que estaria trabalhando com a capacidade no limite. “Siderurgia está a pleno vapor, exportando imensamente, já que a demanda externa está superaquecida. E ainda temos que levar em conta que a matéria-prima (minério de ferro) vem subindo há dois anos, o que explica os reajustes.”

Segundo o economista, o setor de siderurgia tem motivos de sobra para aumentar preços, mas a tendência não é a mesma para os demais grupos.

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