O clima econômico brasileiro no segundo trimestre ficou abaixo da média histórica dos últimos dez anos pela segunda vez consecutiva. É o que informou hoje a Sondagem Econômica da América Latina, feita em parceria pelo Instituto alemão IFO e a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No Brasil, o Índice de Clima Econômico (ICE), que vai até nove pontos e é elaborado a partir das respostas da sondagem, caiu de 5,9 pontos para 5,8 pontos de abril para julho – sendo que a média histórica é de 6 pontos.
A piora no clima econômico brasileiro deve-se a sinais mais negativos nas respostas relacionadas ao momento presente. Entre abril e julho, no Brasil, houve queda nos indicadores que medem a percepção sobre os investimentos (de 6,8 pontos para 5,8 pontos) e de consumo (de 7,9 pontos para 7,5 pontos). O levantamento mostrou ainda que as expectativas para investimento e de consumo nos seis meses seguintes registraram valores abaixo de cinco pontos, ou seja, desfavoráveis. Para os especialistas consultados, a avaliação positiva da economia brasileira ainda depende muito da evolução positiva de consumo, que agora mostra perspectivas de piora.
As instituições informam que a sondagem foi realizada antes das turbulências que atingiram a economia mundial e levaram a prognósticos pessimistas sobre o crescimento mundial: a crise da zona do euro; o rebaixamento da classificação de risco dos Estados Unidos; e as dificuldades políticas para a implementação do pacote da dívida aprovada no Congresso dos Estados Unidos. Na próxima sondagem, a ser realizada em outubro, poderão ser avaliados os impactos destas questões sobre as expectativas dos especialistas.