O efeito do aumento dos preços dos combustíveis já apareceu integralmente no atacado, segundo revelou a primeira prévia do IGP-M de fevereiro, mas deve aparecer aos poucos no subindicador que mede a inflação ao consumidor, o IPC-M, disse nesta quinta-feira o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros.
“Temos uma perspectiva bastante favorável (para o IGP-M), mesmo que a gasolina, que apareceu no IPA integralmente, vá aparecendo aos poucos no IPC”, afirmou. Segundo ele, o aumento dos combustíveis deve ser contrabalançado pela queda das tarifas de energia elétrica. “O que teremos de impacto de queda da energia elétrica acomodaria vários aumentos de gasolina”.
De acordo com ele, o impacto da redução das tarifas verificado não representa nem metade do total esperado. “Daqui para o fim do mês, vai haver um aprofundamento desse impacto”, afirmou. A expectativa da FGV é que o IPC fechado de fevereiro seja “bem menor” que o de janeiro, de acordo com Quadros.
Ele explicou que o IGP-M não desacelerou na primeira prévia de fevereiro, apesar da redução de ritmo verificada no IPA e no IPC, por causa da alta do INCC. Embora represente apenas 10% do índice, este último subindicador puxou-o para cima em razão do aumento do custo da mão de obra. Além de reajuste em Belo Horizonte, alguns salários foram corrigidos pelo novo mínimo no País.