A avaliação das empresas sobre o ambiente macroeconômico interno do País em 2014 é o que mais influencia negativamente os investimentos produtivos, mostrou a Sondagem de Investimentos divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No primeiro bimestre, 40% das 722 companhias ouvidas na pesquisa disseram que esse fator teria impacto negativo sobre os investimentos, enquanto 27% disseram que a influência seria positiva.
“Esta é a primeira vez que as avaliações negativas superam as positivas na série deste fator, iniciada em 2011”, ressaltou a FGV. Um ano antes, esses porcentuais eram de 25% (influência negativa) e 48% (influência positiva), respectivamente.
A percepção sobre a demanda interna também piorou em relação ao ano passado. Segundo a FGV, 47% das empresas projetam que o nível da demanda interna exercerá influência positiva sobre os investimentos, redução de 20 pontos porcentuais em relação ao resultado apontado em 2012 (67%). Enquanto isso, 25% projetam para 2014 uma influência negativa da demanda, contra 13% um ano antes.
Demanda externa
A demanda externa foi considerada boa para investir para 21% das empresas, e ruim por 18%. Mesmo assim, o nível de pedidos do exterior tinha uma influência maior no ano passado. Em 2013, as avaliações positivas estavam em 30%, e as negativas, em 13%.
As condições de crédito também foram apontadas como favoráveis ao investimento por 27% das empresas (de 41% um ano antes), e como desfavoráveis por 24% (de 16%). Já a taxa de câmbio foi avaliada neste ano como positiva por 23% das companhias (de 27%), e como negativa por 34% (de 23%).
Em relação à situação econômica externa, a proporção das empresas que apontam, para 2014, uma influência negativa desse quesito superou a dos que a veem como favorável (30% contra 18%). Um ano antes, esses porcentuais eram de 35% e 20%, respectivamente.
A Sondagem de Investimentos é um levantamento estatístico trimestral que fornece sinalizações sobre o rumo dos investimentos produtivos no setor industrial. A coleta de dados para a sondagem divulgada hoje foi feita entre 15 de janeiro e 28 fevereiro. Foram ouvidas 722 empresas, cujo faturamento anual, somado, é de R$ 535 bilhões.