A menor pressão sobre os preços dos alimentos e o recuo nas tarifas de ônibus urbano fizeram com que a inflação das famílias de baixa renda perdesse força na passagem de maio para junho. Por outro lado, as diárias em hotéis ficaram mais caras, na esteira da Copa do Mundo, impedindo alívio mais intenso. O Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) avançou 0,35% no mês passado, contra alta de 0,58% em maio, informou nesta sexta-feira, 11, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Das oito classes de despesa pesquisadas no índice, cinco perderam força em junho. Em Alimentação (0,27% para 0,08%), a maior contribuição veio de hortaliças e legumes (-2,50% para -8,52%). Ficaram mais baratos tomate (-9,49%), batata-inglesa (-12,16%), cebola (-8,11%) e alface (-5,11%).
As tarifas de ônibus urbano tiveram queda de 0,22% em junho, levando o grupo Transportes a registrar deflação de 0,09% no período. Em maio, a classe havia apresentado alta de 0,58%. Além disso, o grupo Habitação desacelerou de 0,84% para 0,61%, diante do alívio nos preços de tarifa de eletricidade residencial (3,94% para 0,28%).
Em Saúde e Cuidados Pessoais (0,94% para 0,56%), influenciou o fim do impacto do reajuste de medicamentos. O item registrou queda de 0,01% em junho. Já na classe Despesas Diversas (0,77% para 0,27%), o principal alívio foi sentido em alimentos para animais domésticos (2,01% para 0,07%).
Em contrapartida, aceleraram Vestuário (0,46% para 0,74%), Educação, Leitura e Recreação (0,69% para 0,94%) e Comunicação (0,06% para 0,37%). Nestas classes de despesa, destacam-se os itens: roupas (0,58% para 0,86%), hotel (1,94% para 9,35%) e tarifa de telefone móvel (0,00% para 1,04%), nesta ordem. O IPC-C1 é apurado entre as famílias que ganham entre 1 e 2,5 salários mínimos por mês.
Maior que a média
A taxa do IPC-C1 de junho, de 0,35%, foi levemente superior à inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. O Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-Br) mostrou alta de 0,33% no mês passado. Ambos são calculados pela FGV.
A taxa de inflação acumulada em 12 meses do IPC-C1 acelerou de 6,00% em maio para 6,02% até junho de 2014, mas segue em patamar inferior em relação ao IPC-BR, que subiu 6,55% em igual período.