Alimentos in natura mais baratos levaram à desaceleração na taxa da segunda prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de setembro para outubro (de 0,41% para 0,04%). Segundo o coordenador de Análises Econômicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Salomão Quadros, no atacado houve uma mudança brusca na trajetória de preços dos alimentos in natura, que voltaram a cair (de +5,93% para -7,28%). Já no varejo, houve quedas de preços em hortaliças e legumes (-2,88%) e em frutas (-4,73%).

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Além da influência dos alimentos in natura, o atacado também contou com o impacto dos preços de material e componentes para manufatura, que pararam de subir (de 1,45% para 0,0%). Quadros lembrou que a apreciação cambial tem conduzido à desaceleração de preços industriais que são influenciados pela cotação da moeda norte-americana.

Ele comentou, porém, que nem tudo no atacado mostra aceleração de preços. “As quedas e desacelerações de preços no atacado estão muito concentradas nos alimentos in natura e nos insumos para indústria”, comentou o economista. Entre exemplos de produtos que estão em alta figuram carne bovina (de 0,09% para 2,09%) e alimentos processados (de 0,90% para 2,47%).

No varejo, a inflação foi de apenas 0,03% na segunda prévia do IGP-M – a menor taxa, para uma segunda prévia, desde novembro de 2007, quando os preços junto ao consumidor caíram 0,08%. Na segunda prévia do IGP-M de setembro, os preços no varejo subiam 0,25%. “Foi uma taxa concentrada nas quedas dos preços dos alimentos. Aliás, entre as sete classes de despesa, alimentação foi a única a mostrar decréscimo em suas taxas de variação de preços (da segunda prévia de setembro para igual prévia em outubro)”, afirmou.

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