FGV: alimentação fora de casa desacelera no IPC-S

O enfraquecimento da atividade já pode estar dando os primeiros sinais de reflexo sobre a inflação de serviços. Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) no âmbito do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da segunda leitura de agosto mostram que o grupo Serviços apresentou elevação de 0,59% na segunda quadrissemana (últimos 30 dias terminados na sexta-feira, 15) ante alta de 0,64% na primeira pesquisa do mês. “Em relação a Serviços, chama a atenção um número que continuamente vinha subindo e que agora passou a desacelerar, com tendência de passar a cair”, afirmou nesta segunda-feira, 18, o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti, ao referir-se à inflação de refeições em bares e restaurantes, que ficou com taxa positiva de 0,64% na segunda quadrissemana, ante 0,84% na primeira.

Apesar de o item figurar entre as maiores contribuições de alta no IPC-S da segunda pesquisa de agosto, que ficou em 0,08%, após 0,16% na primeira prévia, Picchetti disse que em levantamentos mais recentes os preços de alimentação fora de casa já estão recuando. “Desde outubro de 2011, este item não tem uma variação negativa. Há desaceleração de refeições em bares e restaurantes. Parece um primeiro sinal de impacto. Vem na esteira da atividade enfraquecida, de menos oferta de emprego e renda mais baixa”, disse.

Picchetti disse que, mesmo com os indícios claros de acomodação dos preços, ainda é preciso aguardar as próximas pesquisas para saber se os sinais de arrefecimento no grupo Serviços vão se confirmar. “É sempre um enigma. Contava com uma desaceleração há alguns meses, mas que não veio. Parece não haver mais espaço para continuar do jeito que estava, com alta dos preços (em restaurantes) constante”, estimou. “Há tempos temos comentado que os restaurantes estão muito caros. Pode já estar começando a acontecer um esgotamento da capacidade de aumento dos preços”, completou.

O coordenador do IPC-S ainda observou que os preços dos produtos industrializados e comercializáveis estão com taxas mais brandas, inclusive num contexto de câmbio um pouco mais apreciado. Os itens comercializáveis tiveram deflação de 0,01%, ante elevação de 0,06% na primeira leitura de agosto. Já os industrializados tiveram alta de 0,01%, após 0,07%.

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