Brasília – A Confederação Nacional do Transporte (CNT) estima que a solução dos gargalos físicos e operacionais que comprometem a eficiência das ferrovias brasileiras demanda investimentos totais de R$ 4,192 bilhões.
Segundo o presidente da seção ferroviária da CNT, Rodrigo Vilaça, que também é diretor da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), esses investimentos teriam que ser feitos permanentemente pelo poder público, principalmente na solução de problemas, como a remoção de moradores que invadem a faixa de domínio das ferrovias.
Mas outras obras para resolver os gargalos, na avaliação da CNT, poderiam ser feitas por meio de Parcerias Público Privadas (PPP), como é o caso do tramo norte do Ferroanel de São Paulo, que demandaria R$ 850 milhões. A CNT considera eliminação de gargalos tanto a construção de contornos ferroviários como a sinalização de passagens de nível, que são pontos onde as ferrovias cruzam rodovias.
A pesquisa da CNT também estima que para os próximos anos são necessários investimentos de R$ 9,413 bilhões na expansão da malha ferroviária. Esse montante já inclui os R$ 7,8 bilhões destinados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ao setor. Entre as obras listadas pela CNT estão a nova Transnordestina e a ampliação em 840 quilômetros da malha de Santa Catarina.
Investimentos feitos
Desde 1996, quando teve início a privatização da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), as concessionárias de ferrovias no Brasil já investiram cerca de R$ 12,1 bilhões, segundo dado que consta da Pesquisa Ferroviária CNT.
Segundo Rodrigo Vilaça, somente no ano passado foram investidos R$ 2,3 bilhões. ?Esse dinheiro foi aplicado principalmente na melhoria das vias, em tecnologia e em material rodante?, disse Vilaça. Ao mesmo tempo, os investimentos da União no período pós-concessão foram reduzidos de R$ 162 milhões em 1997 para R$ 44 milhões em 2005.