Transporte

Ferrovia entre Mato Grosso do Sul e Paraná saindo do papel

O governador Beto Richa (PSDB) sinalizou que o Paraná pode dar início à obra do ramal ferroviário que liga Maracaju (MS) ao porto de Paranaguá, em encontro ontem com empresários da Associação Comercial do Paraná (ACP), em Curitiba. O projeto seria possível a partir de uma parceria público-privada, adiantou Beto, para escoar a produção do estado vizinho no porto.

Para a implantação do ramal rodoviário de ligação do Mato Grosso do Sul ao Paraná, Beto confirmou a vinda ao Estado do governador do Mato Grosso do Sul, André Pucinnelli (PMDB), no fim deste mês.

Saindo de Maracaju, o projeto do ramal prevê passagem por Dourados (MS) e Cascavel, antes de chegar ao porto. “O governador Pucinnelli me disse que quer escoar toda a produção de grãos de seu Estado pelo nosso porto”, disse Beto.

A região de Maracaju e Dourados concentra 80% da produção agrícola do Mato Grosso do Sul, com produção de 4 milhões a 5 milhões de toneladas de grão por ano, cuja maior parte hoje são transportadas por rodovia, com custo maior.

Projeto antigo

O projeto para construção da ferrovia ligando Mato Grosso do Sul ao Paraná é antigo, mas sempre encontrou entraves. O governador complementou que as parcerias público-privadas (PPPs) serão bem-vindas na sua gestão para que obras importantes possam acontecer.

“É preciso fazer as PPPs, cuidando sempre do interesse público”, defendeu o governador. Investimentos em infraestrutura estiveram no centro das reivindicações apresentadas ao governador pelos empresários, que lembraram a necessidade em se aprimorar os portos e aeroportos do Estado, além de melhorias no saneamento do litoral e na segurança pública. “A segurança é a grande prioridade da nossa administração. Daremos atenção também ao saneamento do litoral. É uma vergonha para o Paraná o estado das nossas praias”, declarou.

Modernização

Sobre os investimentos em infraestrutura, Beto concordou que o Paraná precisa modernizar, principalmente seus principais aeroportos em Curitiba, Ponta Grossa e Londrina, e o porto de Paranaguá. “Santa Catarina agradece a incompetência do nosso Estado e hoje está com cinco portos operando. Precisamos recuperar a competitividade”, discursou.

No entanto, Beto avisou que primeiro vai precisar colocar a “casa em ordem”. “Sei da expectativa de todo o setor produtivo por investimentos. Mas peço paciência e compreensão. Não podemos sair anunciando intervenções pelo Estado, porque encontramos o Estado em uma situação financeira precária”, justificou.

Duplicação

Ainda ontem, empresários da Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná (Caciopar) reivindicaram ao governo a duplicação da BR-277, no trecho entre Cascavel e Medianeira, que faz parte do Anel de Integração, administrado pela concessionária Caminhos do Paraná.

O presidente da Caciopar, Khaled Nakka, justifica que a obra é estratégica para a expansão dos negócios na região oeste do Paraná. De acordo com o governo, a duplicação abrange um trecho de 80 quilômetros e, para ser realizada, é necessário retomar cronograma paralisado por disputas judiciais entre Estado e empresa concessionária.

Os empresários ainda se encontraram com o presidente da Ferroeste S.A., Maurício Querino Theodor, que destacou que a Secretaria de Infraestrutura e Logística tem três preocupações com a Ferroeste: dotar a ferrovia de tração (locomotivas) e material rodante (vagões) suficientes para atender a demanda, encontrar forma de eliminar o gargalo entre Guarapuava e Ponta Grossa e estender os trilhos em direção a Guaíra.

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