Até o momento do escoamento da safra de 2004 mais de quatro milhões de toneladas de grãos estarão sendo transportadas pela malha ferroviária da Ferroeste (empresa de capital misto cujo maior acionista é o Estado do Paraná). Esta é a promessa do diretor administrativo, financeiro e jurídico da Ferroeste, Samuel Gomes. Ele explicou que o Paraná pretende dar novos rumos para os 248 quilômetros de ferrovia já construídos entre Guarapuava e Cascavel (projeto final da rodovia ligando Guarapuava até Dourados-MS), além de criar um único sistema ferroviário no Paraná, trabalhando de maneira cooperativa com a América Latina Logística (ALL), empresa responsável pelos demais trechos da malha ferroviária no Estado.
Recentemente foi criado o Conselho Especial de Usuários da Ferroeste, composto por cooperativas, associações de moradores e órgãos que de maneira direta ou indireta se beneficiam da ferrovia. A intenção é criar um fórum permanente para fiscalizar a estradadeferro e pressionar a sub-concessionária que administra a ferrovia, Ferropar, a ser mais eficiente em seu trabalho. “Hoje apenas 1,6 milhão de toneladas são escoadas por ano. Isso é muito pouco. A concessionária não vem fazendo com que a Ferroeste cumpra sua função de integrar as economias do Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso”, afirmou Gomes, destacando que até o próximo ano a situação será resolvida. “A hipótese de quebra de contrato com a Ferropar não está descartada. De uma forma ou de outra o Paraná vai fazer com que a Ferroeste sirva para o propósito que foi criada”, ressaltou.
Gomes destacou que o incremento no transporte ferroviário faria com que acabassem, ou ao menos diminuíssem, as gigantescas filas de caminhões que se formam no período da safra com destino ao Porto de Paranaguá. “As tarifas de hoje estão muito altas. Estão tomando como base de cálculo das tarifas rodoviárias, quando deveriam ser os custos no transporte ferroviário”, criticou Gomes.
O presidente do bloco agropecuário da Assembléia Legislativa, deputado Elton Welter (PT), afirmou que o conselho vai democratizar a gestão da Ferroeste. Ele destacou que um dos objetivos será a médio prazo viabilizar a criação de ramais de Cascavel até Guaíra e até Foz do Iguaçu. “O bom funcionamento da Ferroeste vai baixar o custo dos transportes e dos insumos”, garantiu o deputado.