O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse nesta terça-feira, 15, que a maior dificuldade do setor de mineração é a competição. “A Vale compete com Rio Tinto, BHP, com grandes empresas internacionais. Então, não dá para chegar e querer mudar tudo, porque você não é dono do mercado. E não dá para deixar o segmento nacional de fora do que está acontecendo no exterior”, declarou, em painel no 16º Congresso Brasileiro de Mineração e da Exposição Internacional de Mineração (Exposibram).

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Ele citou que o novo marco regulatório da mineração está há “anos” em discussão e nesse tempo nossos principais competidores, como China e Austrália, realizaram estruturações. “E aí você tem governo que acha que tudo se resolve com aumento de alíquota. E também não temos aparelho burocrático adequado, precisamos de mais agilidade, como, por exemplo, em licenciamentos ambientais”, ressaltou. Para ele, uma reforma no Brasil precisa ser cultural, inclusive dos empresários. “O empresariado brasileiro precisa investir mais em automação e tecnologia. Sem aportes nessas áreas, a competição é brutal”, destacou.

Sobre a China, Ferreira comentou que o país está passando por um processo de reformas que deveria ser exemplar para o Brasil. “Por exemplo, 20% do crédito lá estava em um sistema de crédito paralelo. Já reduziu em 4%. A China está passando por uma reforma ética, de sistema, inclusive das estatais, que todos pensavam que eram intocáveis”, afirmou.

O executivo também falou que a China “não carregará mais o mundo nas costas, mas vai continuar bem”. “Acabou o superciclo, não acredito que acontecerá no curto prazo com Índia, por exemplo. Fico inquieto quando vejo analistas e empresas dizendo que a China não crescerá mais 15% ao ano, ou seja, mostrando só porcentuais. Eu quero ver a receita, o número absoluto, para ter noção do impacto”, declarou.

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Petrobras

Antes de participar do debate, o executivo falou rapidamente com a imprensa. Quando questionado sobre a sua licença temporária da Petrobras, Ferreira disse que estava no evento como “mineração”. Ao receber uma provocação do jornalista William Waack, que modera o painel, de que Ferreira tinha passado recentemente por uma experiência no setor de petróleo, em alusão à Petrobras, brincou: “Foi meu irmão gêmeo”.

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