A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) projeta um mercado 9,73% maior em 2010, comparativamente a 2009, para algo em torno de 3.302.407 automóveis e comerciais leves vendidos. O número é ligeiramente superior à estimativa anunciada em novembro do ano passado, de vendas de 3.255.772 veículos desta categoria neste ano. Levando-se em conta todas as categorias de veículos analisadas pela Fenabrave, o que inclui caminhões, ônibus e motos, a expectativa é de que 2010 exiba uma alta de 10,02% nas vendas, para 5.226.572 unidades.
O presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, pondera que a estimativa está baseada no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) superior a 5% projetado para o próximo ano, bem como na melhora na oferta de crédito. Em coletiva de imprensa, ele também destacou a expectativa de recuperação do setor de caminhões. Em vez da queda de 11,46% verificada entre 2008 e 2009, ele espera que em 2010 o comércio destes veículos seja 13,50% maior. De acordo com Reze, os emplacamentos de caminhões, que subiram 14,14% entre novembro e dezembro, só não cresceu mais por falta de produtos. “As montadoras se desanimaram na produção para não ficarem com excesso de estoques, situação que deve voltar à normalidade em 2010”, opinou.
Para o mercado de motocicletas, cujas vendas em 2009 cederam 16,42% no confronto com 2008, espera-se que as vendas cresçam 10,30% em 2010. De novembro para dezembro, este segmento voltou a apresentar recuperação, com 19,19% de alta, variação considerada “extraordinária” por Reze. O presidente da Fenabrave classificou 2009 como um ano de “satisfações”. As vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus cresceram 11,35% em 2009, para 3.141.226 unidades. Trata-se de um recorde histórico. O mês de dezembro, com vendas de 293.030 unidades, foi o melhor dezembro da série histórica da Fenabrave, desde 1957.
O executivo elogiou as ações do governo para incentivar o setor automobilístico, como a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Aos jornalistas, Reze também defendeu que o desconto do IPI para carros bicombustível, que vigora até o fim de março, seja tornado permanente. Pelos cálculos da Fenabrave, se a crise financeira global não tivesse chegado e atrapalhado o mercado automobilístico nos meses finais de 2008, as vendas, que somaram 4.746.471 unidades naquele ano, seriam de 5.123.692 veículos – número que considera as motos comercializadas em 2008.