O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flavio Meneghetti, considerou “muito bem-vinda” a medida anunciada nesta quarta-feira, 20, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que dispensa a cobrança judicial obrigatória pelas instituições financeiras em operações sem garantia de até R$ 100 mil e com garantia de até R$ 50 mil.
A medida deve, segundo o presidente da Fenabrave, facilitar a retomada de bens como carros e, principalmente, motocicletas, bem como diminuir taxa cobrada pelos bancos com o risco menor. “Os custos (para retomada de veículos) estão precificados nas taxas e nos juros e, obviamente, agora, os bancos podem reduzi-los”, disse Meneghetti ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
O presidente da Fenabrave considerou que o setor de motos será o mais beneficiado pela simplificação na cobrança judicial, já que muitas vezes as financeiras desistem da operação de retomada do veículo por conta dos custos judiciais superiores ao valor do bem. “Em moto tem caso que é mais caro o molho que o peixe”, brincou.
Meneghetti elogiou também a liberação de mais recursos de compulsório para o crédito, anunciada nesta quarta pelo Banco Central, mas admitiu a incerteza em relação à reação dos bancos na concessão dos recursos ao setor. “Qualquer liberação de recurso com verba carimbada é sempre bem-vinda. Só espero que o nível de exigência não levante a barra do acesso ao crédito, que ainda é restrita.”
Ainda segundo o presidente da Fenabrave, o setor aguarda outro pleito junto ao governo, que seria a liberação do uso de garantias reais, como outros bens, nas operações de financiamento de veículos. “Se o banco tem garantia real, pode apreendê-la com mais facilidade, o que aumentaria o apetite para assumir risco e melhoria o crédito”, afirmou. “Esse conjunto de medidas, uma vez implantado, muito contribuirá para a recuperação do mercado de veículos e poderá equivaler a um 13º mês de vendas no ano”, estimou.