Em setembro, último mês de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros zero quilômetro com motor 1.0, as vendas de veículos no mercado brasileiro somaram 308.713 unidades, recorde histórico mensal, e que representa um avanço de 19,60% ante agosto. Na comparação com setembro de 2008, a alta é de 14,88%, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). No acumulado dos primeiros nove meses do ano, foram comercializados 2.302.096 veículos, com elevação de 4,21% ante igual intervalo de 2008. Os dados incluem automóveis comerciais leves, caminhões e ônibus.

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O impulso ao setor veio com a prorrogação, pela segunda vez em junho, da isenção do imposto para veículos 1.0 a gasolina ou flex, que terminou ontem. “Com a volta do imposto, as vendas de veículos devem se retrair um pouco devido, inclusive, à antecipação das compras. Mas não causará grande impacto. O fim do benefício chega num momento em que a economia está praticamente restabelecida, há oferta de crédito e consumidores confiantes”, comentou o presidente da entidade, Sérgio Reze.

A partir deste mês, o IPI volta a subir até retomar a alíquota cheia em janeiro. O imposto sobe a 1,5% em outubro, 3% em novembro e 5% em dezembro. Em janeiro, volta aos 7% que vigoravam até o ano passado. Para os carros a gasolina com potência acima de 1.0 e abaixo de 2.0, a alíquota evolui dos 6,5% que vigoraram até setembro para 8% em outubro, 9,5% em novembro e 11% em dezembro. No início de 2010, serão restaurados os 13% originais. No caso dos motores bicombustíveis (flex) em veículos acima de 1.0 e abaixo de 2.0, a mudança é a seguinte: de 5,5% até setembro para 6,5% em outubro, 7,5% em novembro, 9% dezembro e 11% janeiro de 2010.

Considerando apenas automóveis e comerciais leves, as vendas de 296.651 mil unidades exibiram um incremento de 19,85% entre agosto e setembro. No confronto com setembro de 2008, vê-se um acréscimo de 16,71%. De janeiro a setembro, este segmento vendeu 2.211.421 unidades, o que traduz um incremento de 5,49% em relação a período correspondente de 2008. “Apesar da crise, o desempenho das vendas de automóveis e comerciais leves foi positivo, uma consequência não apenas da redução da alíquota do IPI, mas também da oferta de crédito”, afirmou o presidente da Fenabrave.

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Já a comercialização de caminhões e ônibus, com 12.062 unidades em setembro, mostrou avanço de 13,84% no mês, apesar da queda de 17,11% em relação a setembro de 2008. As vendas acumuladas no ano foram de 90.675 caminhões e ônibus, número 19,60% menor que os registros de janeiro a setembro de 2008. “O setor já está reagindo ao aquecimento da atividade econômica. Além disso, as vendas do segmento foram estimuladas também por iniciativas como o Programa ProCaminhoneiro e pelo aumento de 80% para 100% do valor financiável do produto na linha do Finame”, disse Reze, em nota.

Segundo a Fenabrave, em setembro foram vendidas 139.686 motocicletas, o que representa um acréscimo de 2,29% na comparação com agosto, mas uma baixa de 24,24% ante setembro do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro, foram vendidas 1.185.701 motos, com declínio de 21,36% ante igual período de 2008. Já as vendas de implementos rodoviários somaram 3.333 unidades em setembro, o que indica uma elevação de 16,05% em relação a agosto e uma queda de 29,19% no confronto com mês idêntico do ano passado.

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Mercado

A liderança do mercado de automóveis no acumulado do ano até setembro ficou com a Volkswagen, com 25,79% de participação. A Fiat vem na segunda posição, com 25% das vendas de automóveis, seguida da General Motors, com 20,26%, e Ford, com 9,55%. Os dados foram divulgados hoje pela Fenabrave. Na categoria de comerciais leves, a Fiat está na dianteira com 22,34% do mercado, seguida de GM (17,81%), Ford (13,38%) e Volks (11,04%).

No mercado de caminhões, a principal fatia é de Volks, de 30,98% entre janeiro e setembro. Mercedes-Benz vem com 28,08%, Ford com 18,51% e Volvo com uma participação de 7,89%. A Mercedes-Benz tem larga vantagem em ônibus, com 46,60%. Depois dela estão Volkswagen (27,88%), Marcopolo (16,09%) e Iveco (3,39%). Em motocicletas, a Honda aparece com 72,21% do mercado. Yamaha assumiu 12,29% das vendas de janeiro a setembro, enquanto Suzuki e Dafra apareceram com, respectivamente, 5,42% e 4,27%.