A Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber) fez um pedido à Superintendência de Seguros Privados (Susep) para que operadoras de planos de saúde e fundos de pensão possam passar a comprar resseguro (proteção usada apenas pelas seguradoras). A informação foi dada pelo presidente da entidade, Paulo Pereira, durante a abertura do 7º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro.
Pereira não deu, contudo, mais detalhes do pedido feito à Susep nem do potencial desse novo público. Durante discurso de abertura do evento, ele citou as recentes mudanças pelo qual o mercado de resseguro passou, com o fim da reserva existente para resseguradoras locais. “Permanecemos apenas com preferência”, destacou o presidente da Fenaber.
Pereira teceu críticas à Lei de Seguros, já aprovada na Câmara dos Deputados e que seguiu para o Senado. Ele defendeu mudanças nas regras, principalmente, quando se trata dos grandes riscos e que envolvem grandes segurados. A nova Lei, em debate há alguns anos, tem gerado divergências entre o mercado de seguro e os segurados.
Mercado
No ano passado, o volume de resseguro cedido pelas seguradoras no País chegou a R$ 11 bilhões, elevação de 8% ante 2016, de acordo com números consolidados em estudo da Associação Brasileira das Empresas de Corretagem de Resseguro (Abecor-Re), feito pelo economista Francisco Galiza. Desse total, R$ 8 bilhões foram colocados junto às resseguradoras locais, expansão também de 8%, na mesma base de comparação.
O índice de sinistralidade (bruta) dessas companhias foi a 59% no exercício de 2017, uma melhora de seis pontos porcentuais em relação ao ano anterior, mostra o estudo da Abecor-Re. Como consequência, o índice combinado, que mede a eficiência operacional das empresas de seguros e resseguros, foi a 92% no ano passado contra 96% no exercício imediatamente anterior. Neste caso, quanto menor, melhor. Acima dos 100% indica prejuízo da operação.